Se você está começando a ler por esse artigo, não deixe de conferir a primeira parte dessa viagem incrível que eu fiz para Papua Nova Guiné (PNG).
Port Moresby e arredores
Foi marcante vivenciar o dia a dia de uma família australiana em Port Moresby: levar as crianças para a escola e para o centro esportivo Taurama Aquatic, onde Tanja trabalhava como voluntária. Preparamos brigadeiro e cozinhamos pão de queijo (levados do Brasil, assim como paçoca) e jogamos Banco Imobiliário.
Fizemos um hiking às 5 horas da manhã numa montanha para ver o nascer do sol e jogamos vôlei de praia com os locais em Tutu Beach. Ali, eu dei o meu primeiro mergulho no mar da PNG.
Na capital, destaco o Port Moresby Nature Park – onde Tanja também trabalhava como voluntária -, constituído de jardins tropicais com centenas de plantas (muitas delas raramente vistas em outros países) e mais de 350 animais nativos.
Estive, ainda, no Parlamento Nacional, um edifício com mosaicos artísticos e que mistura arquitetura nova e antiga. Ali, fui guiado pelo local John (amigo de Nicholas).
Há cerca de uma hora de carro de Port Moresby encontra-se o Owers’ Corner. Trata-se se um marco que estabelece o início da Kokoda Trail, histórica trilha de 96 km localizada na cadeia de montanhas Owen Stanley Range.
Em 1942 – durante a Segunda Guerra Mundial –, ocorreu uma batalha entre as forças japonesas e os aliados, em especial os australianos, que contaram com a ajuda fundamental dos nativos de PNG para a vitória. Esse percurso tornou-se um destino bastante procurado pelos amantes de hiking, assim como o cemitério militar (Bomana War Cemetery) onde estão enterrados 3.824 soldados da Commonwealth, 699 deles nāo identificados.
Rabaul
Os meus conhecimentos de história aumentaram durante a minha visita à cidade de Rabaul, localizada na ilha de Nova Bretanha, que entre 1884 e 1919 esteve sob ocupação alemã e, após a Primeira Guerra Mundial, passou a ser controlada pela Austrália. Em 1942, durante a Segunda Grande Guerra, ela foi invadida e bombardeada pelo Japão, tornando-se sua principal base militar e naval no sul do Pacífico até 1945, quando retornou para a administração australiana após a derrota japonesa.
Os nossos “professores” nessa jornada foram o guia Albert e o motorista Alphie. Tivemos a oportunidade de entrar em um bunker e em alguns pontos do túnel de 700 km construído pelo Japão, que na época eram usados como acomodação e até como hospital.
No nosso percurso, passamos por destroços militares da Segunda Guerra e visitamos o cemitério Bitaka War, o Memorial de Guerra Japonês e o Museu Rabaul, localizado no New Guinea Club.
Rabaul está localizada dentro da caldeira de um sistema vulcânico ativo que foi batizado com o mesmo nome da cidade. Algumas erupções do estratovulcão (vulcão em forma de cone) devastaram a cidade. Em 1937, 507 pessoas morreram. Essa tragédia motivou o estabelecimento de um Observatório de Vulcão, que foi fundamental para a preparação da cidade para a erupção de 1994, que matou “somente” cinco pessoas.
Foi marcante escalar os 88 metros do Tavurvur e entrar nas águas termais naturais do oceano ao lado do vulcão, sempre seguindo as instruções de Albert, que quando me viu com a camisa da seleção brasileira de futebol, disse animadamente: “Pelé!”.
No Mercado de Rabaul experimentei a verde “betel nut” (buai), a noz/semente da Palmeira Areca (comum na região) que é mascada pela maioria dos habitantes da PNG no seu dia a dia. Ela funciona como inibidor de apetite e quando “saboreada” junto com pó de calcário e mostarda deixa os dentes vermelhos.