Papua Nova Guiné: Encantos e descobertas

24 de maio de 2019
Marcelo Orchis

Você conhece alguém que já esteve na Papua Nova Guiné? Eu não conhecia. Mas em 2017, quando estava no Kosovo com meu amigo Saam, mencionei meu grande interesse em desbravar esse destino que, assim como a Mongólia, eu “descobri” na minha infância, jogando War.

Para minha surpresa, Saam tinha uma grande amiga australiana que cresceu no Brasil e havia acabado de se mudar com a família para a capital, Port Moresby. Nessa conversa, ele se animou com a ideia de rever Tanja depois de quase 20 anos.

A Papua Nova Guiné (conhecida, em inglês, como PNG) é um país localizado no lado leste da Nova Guiné, a segunda maior ilha do mundo em extensão territorial (a primeira é a Groelândia). A origem do nome está relacionada ao explorador espanhol Ynigo Ortiz de Retez, que esteve lá em 1545 e associou a fisionomia dos locais com a dos habitantes da costa de Guiné (nome dado pelos portugueses), que fica no continente africano. Acredito ser essa a razão de muitas pessoas confundirem esse país com outros três que têm nomes similares: Guiné, Guiné Bissau e Guiné Equatorial.   

Apesar de fazer fronteira com a Indonésia (que ocupa o lado oeste da ilha de Nova Guiné), a PNG fica na Oceania (e não na Ásia) e faz parte da Comunidade Britânica (Commonwealth). Em 1949, o Território de Papua, no sudeste da ilha de Nova Guiné, uniu-se com o Território de Nova Guiné, localizado ao norte, formando a PNG, sob administração australiana.  

A PNG, que se tornou independente da Austrália em 1975, é um arquipélago formado por cerca de 600 ilhas e habitado por 8 milhões de habitantes, dos quais somente 18% vivem em centros urbanos. O país é marcado pela diversidade cultural: só para se ter uma ideia, há cerca de 848 línguas, mas o inglês é considerado o idioma oficial devido às históricas influências britânica e australiana. 

Em agosto de 2018, embarcamos rumo a esse território “misterioso” e pouco explorado turisticamente devido ao custo (transporte e agências de turismo) e à excessiva associação com o canibalismo (prática de algumas tribos nativas).

Dias antes da viagem, consegui entrar em contato com Nicholas, um local que participou de um fantástico episódio do Departures. Esse programa canadense foi uma grande inspiração para essa viagem, principalmente para locais ao norte do país, como a histórica Rabaul e o Rio Sepik, com água fresca e salgada e uma das maiores populações de crocodilo do planeta.



A chegada a Port Moresby foi emocionante, especialmente pelo reencontro de Saam e Tanja no aeroporto. Éramos os primeiros amigos estrangeiros que visitavam ela, o marido (Matt) e as filhas (Shiwa, Vida e Lua) na PNG. Essa família expatriada era fortemente envolvida com a comunidade local. Anteriormente, eles haviam morado na Namíbia, onde adotaram uma menina que vivia no orfanato onde Tanja trabalhava como voluntária.  

Como será relatado no próximo texto sobre a Papua Nova Guiné, eu considero toda essa minha experiência como uma aula de história e, mais do que isso, uma lição de vida.

Fazer amigos locais e também os expatriados australianos (com coração brasileiro!) foi fundamental para conhecer melhor a cultura desse país e viabilizar financeiramente a viagem. Essa aventura aumentou meu desejo de desbravar a nossa Amazônia e o Pantanal, que ainda faltam na minha “biografia”. 

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