É Mato Grosso DO SUL

6 de abril de 2018
Yngrid Corsini

Qualquer um que saia de Mato Grosso do Sul  e vá morar, ou mesmo visitar, qualquer outro estado brasileiro, sabe do que eu estou falando. Por termos a graça de sermos de um estado (relativamente) novo, cujo irmão mais velho tem o nome parecido, somos sempre confundidos.  Já escutei coisas do tipo: Mas não é a mesma coisa? Ou ainda, por que vocês implicam com Mato Grosso?

Embora muita gente acredite de verdade que não há diferença, há sim. Afinal, são dois estados, oras bolas.

Eu não vou explicar aqui as questões políticas, sociais, econômicas que gerou a divisão do estado, tampouco vou comentar sobre a genial ideia de manter os estados com nomes tão parecidos. Mas BRASIL, querido Brasil, nos reconheça. Já fazem 40 anos que existimos, e aliás, temos nossa identidade, ainda que cheia de influências  (e quem não tem?).

Sobre comidas e bebidas

Em toda a cultura e comida sul-mato-grossense, há a influência dos hermanos paraguaios, dos pantaneiros raiz e até mesmo dos bandeirantes e dos gaúchos, sem falar, é claro, dos japoneses. Mas quando alguém me pergunta sobre comidas e bebidas típicas de Mato Grosso do Sul, são esses três que surgem na hora.

A sopa paraguaia, ao contrário do nome, não é uma sopa. É uma torta maravilhosa cuja base é de milho, queijo e cebola. Só de escrever isso já me deu saudade da minha vózinha, que faz uma sopa paraguaia de lamber os beiços.

E também com a influência paraguaia, vem o tereré, que não é mate, não é chimarrão, e (pelo amor de Deus) não é tererê. São parecidos? São. Mas são só primos. O tereré deve-se tomar gelado, bem gelado, com um limão espremido, melhor ainda! É a melhor maneira de chamar um amigo para conversar. Para flertar então, perfeito! Se alguém que você desconfia que está interessado em você te chamar para tomar tereré, já sabe né?

Sobá é clássico. Corinthians e Palmeiras perdem rude para um sobá… Isso sim é um clássico. Ir na Feira Central e comer um sobá então? É final de campeonato. (Acho que estou com influência paulistana demais, né?). Enfim, é uma mistura de macarrão, carne e omelete e molho especial,simples porém saborosa. Essa comida foi criada pelos imigrantes japoneses de Campo Grande. Recentemente foi eleito pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, em votação popular, como prato típico da cidade. 

E por falar em Campo Grande…

Campo Grande é a capital do estado, e eu sei que sou suspeita para falar, mas é uma cidade linda! Com vários ipês pela cidade, o que a faz ser conhecida como a capital dos ipês, e na época do florescimento é impressionante de se ver as várias cores dando vida a cidade. É totalmente arborizada, e uma das principais avenidas, a Avenida Mato Grosso (viram como não é implicância, temos inclusive uma avenida em homenagem ao nosso vizinho!), possui árvores centenárias que já foram até tombadas como patrimônio da cidade. 

Crédito: Renato Zaar

Além da capital, várias cidades no interior que têm seu charme e muitas belezas naturais. Como, por exemplo, Bonito, Jardim e Bodoquena, que têm vários rios e balneários, cachoeiras e grutas. As cidades pantaneiras e históricas, Miranda, Corumbá, Aquidauana, que eram cortadas pelo Trem do Pantanal. Atualmente o trem não opera mais, contudo a história dessa época está guardada nas ruas e estações das cidades.

Claro, que falei sobre poucas coisas, mesmo que haja muito mais a dizer. Mas quero aqui deixar um manifesto, não é implicância não, sabemos que Mato Grosso tem belezas incríveis e é um estado maravilhoso. Mas sabe irmão mais novo que quer achar seu lugar ao sol? Somos Mato Grosso DO SUL!

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