Mergulhe de corpo e alma na capital do mais importante império da antiguidade. Entre as ruínas da Roma Antiga está o berço do direito, da arte, da literatura, da arquitetura, da religião e da forma de governar. Conhecer a cidade ajuda a entender um pouco mais da civilização ocidental. Caminhar pelas ruas históricas ou nas que abrigam marcas famosas do mundo da moda proporcionam a possibilidade do encontro do passado com o presente. Um local onde o retrato e a memória de um império alimentam e acalentam a alma do mais exigente visitante.
São necessários alguns dias na capital italiana para entender e absorver toda a riqueza histórica disponível. O intricado quebra-cabeça das enfadonhas aulas sobre o império romano nos bancos escolares, tão difícil de entender e de dimensionar, é resolvido com muita simplicidade apenas caminhando por entre construções e praças da cidade.
A Piazza Venezia é o coração da cidade. O local é o ponto ideal para iniciar a caminhada para mergulhar na história de Roma desde a antiguidade até os dias atuais. A Piazza del Campidoglio foi projetada por Michelangelo e a estátua do imperador Marco Aurélio se destaca na paisagem.
Um bom começo para desbravar a cidade é a Piazza Venezia, o verdadeiro centro de Roma e ponto de convergência do trânsito. Uma loucura organizada: carros, ônibus, charretes transportando turistas, bicicletas e as famosas lambretas disputam cada centímetro da pista. Dela parte uma série de vias principais. Lá está o monumento a Vittorio Emanuelle II, também chamado Monumento ao Soldado Desconhecido. Seu interior abriga um museu de história militar e bélica da Itália. Os romanos se referem ao prédio como máquina de escrever pela sua forma. E ainda, de elefante branco, devido a sua cor que contrasta com o branco sujo das ruínas próximas.
Em umas das laterais da praça está o prédio renascentista Palácio de Veneza. Entre 1564 e 1797 foi palácio papal, sede da representação dos estados pontifícios. A fachada desta construção tem um simbolismo forte na memória dos habitantes da capital. Das varandas do edifício Benito Mussolini fazia seus discursos nos anos do fascismo. Hoje funciona um museu de arqueologia.
Atrás da mais imponente construção da Venezia está a Piazza del Campidoglio, projetada por Michelangelo e concebida em mármore branco. No centro da praça encontra-se uma estátua do imperador Marco Aurélio montado a cavalo. No limite exterior, fora do centro, de forma que passa praticamente despercebida, a famosa loba amamentando Rómulo e Remo, da tradição sobre a fundação de Roma. Caminhar por ali é reviver a história.
Deixe a imaginação solta e sinta o ambiente. Tudo é mágico. Dos três lados, a praça é circundada por palácios renascentistas. Ao fundo, o Palácio do Senado, à esquerda, o Palácio dos Conservadores, e à direita, o Palácio Novo dos Senadores. A praça abre-se em frente por uma grande escadaria, a Cordonata que, no alto, abriga Castor e Pólux em duas grandes estátuas.
O Palácio dos Conservadores e o Palácio Novo hospedam o Museu Capitolino, aberto ao público em 1735, com exposições de nível mundial. Na passagem entre ambos chega-se a um terraço de onde se observa o Fórum Romano. Perto dali encontra-se o terraço do café do museu de onde é possível uma ampla visão sobre toda a cidade.
LÉ impressionante observar as ruínas do império por todos os lados. Cada pedra, cada praça tem uma história que contagia e emociona. Em todos os locais sempre há bons cafés e mirantes para observação da paisagem e para se recompor da caminhada. Gente bonita por todos os lados.
Imaginar que Roma Antiga surgiu de uma pequena comunidade agrícola fundada na península Itálica no século VIII a.C. e dominou o mundo até o século V d.C. é fantástico. A importância dos acontecimentos do período é tanta que historiadores a usam para separar a Antiguidade da Idade Média. Em seus séculos de existência a civilização romana passou de uma monarquia para uma república oligárquica até se transformar em um império cada vez mais autocrático. O Império Romano chegou a dominar o Sudoeste da Europa Ocidental, Sudeste da Europa e Bálcãs e toda a bacia do Mediterrâneo através da conquista e assimilação.
O visitante tem que conhecer a Igreja de Santa Maria in Cosmedin, onde está a famosa máscara Boca da Verdade. Conta a lenda que homens levavam as esposas até lá para que colocassem a mão dentro da boca. Caso fossem infiéis a boca se fecharia decepando a mão. A igreja foi fundada no século VI sobre os restos de um edifício romano do século I, provavelmente uma capela dedicada a Hércules. Duzentos anos mais tarde foi doada à comunidade grega que vivia naquela área. Desde então mantém o mesmo nome em homenagem a um bairro de Constantinopla. Dentro da igreja encontram-se fragmentos de mosaicos do século XVIII procedentes da antiga basílica de São Pedro.
LNa igreja de Santa Maria in Cosmedin, a máscara Boca da Verdade era utilizada na antiguidade por maridos para saber se as esposas os traiam. A lenda diz que em caso afirmativo, ao colocar a mão na boca esta seria decepada. Não longe dali está o Teatro Marcello, muito parecido com o Coliseo.
Próximo dali o Teatro Marcello, muito parecido com o Coliseu e a Piazza Gerusalem, onde se encontra a Igreja de San Geraldo de la Divina Pieta inserida dentro do gueto hebraico de Roma. Naquela área, judeus foram reunidos e deportados pelos nazistas em 1943.
Ali na frente, atravessando a ponte Fabricius sobre o rio Tibre chega-se ao bairro boêmio e onde estão restaurantes com cardápios pra lá de tentadores. Percorra a Via Della Lungaretta e esqueça dietas e regimes.
Os monumentos da capital italiana são lindos durante o dia e noite. Na programação noturna aproveite para conhecer oTemplo de Adriano, na Via del Corso (antiga Via Lata), em Roma, construído em homenagem ao imperador romano Adriano, pelo seu sucessor Antonino Pio, em 145 d.C..
O que restou deste templo está inserido num edifício do século XVII, originalmente do Vaticano e completado por Carlo Fontana e seu filho, por volta de 1690. Em 1879 passou a abrigar a Câmara de Comércio e a Bolsa de Valores.
A caminhada deve incluir a Piazza Gerusalem, inserida no gueto judeu de Roma onde foram reunidos e deportados pelos nazistas em 1943. Ali na frente está a ponte Fabricius, sobre o rio Tibre, por onde se chega a área boêmia da cidade com restaurantes para todos os gostos e bolsos.
É sempre bom estar atento para a programação cultural da cidade. Na Igreja de Santo Inácio de Loyolla, em Campo Marziona Piazza Des. Ignazio, em outubro e novembro acontece o Festival Internacional de Música e Arte Sacra, promovido pela Fundação Pro Música e Arte Sacra com a participação das principais sopranos da atualidade. Imperdível.