O conhecimento não está apenas nas salas de aulas. Viajar com as crianças proporciona lembranças e sensações que duram a vida inteira.
Eu sempre fui de viajar. Tenho um pai que tem rodinha nos pés e sempre fez questão de me levar à tiracolo em suas aventuras. Lembro uma vez (eu devia ter uns 7, 8 anos) que saímos de Santa Catarina até Salvador, de carro, em semanas de viagem. De tanto perguntar se já estávamos chegando, naturalmente nós estabelecemos uma métrica de tempo x distância: “faltam tantos lados da fita K-7 para chegarmos”. Métrica essa que, mais tarde, me ajudou desvendar a fórmula da velocidade média.
É por isso que acredito que viajar é uma das melhores formas de criar os filhos para o mundo.
Se eu já estava morrendo de vontade de fazer um mochilão com Gabriel (de quase 11 anos), depois da triste história do incêndio da Notredame (e que acompanhamos juntos pela TV) agora eu começo a arquitetar planos. Afinal, num piscar de olhos, um mundo de história foi ao chão. Eu tive a oportunidade de viver aquilo por duas vezes. Algum dia Gabriel verá uma Paris diferente. E para ele poderá ser ok, mas para mim, sempre faltará um pedaço.
Recentemente estávamos estudando placas tectônicas, e, por algum motivo, chegamos ao Oriente Médio. Pude compartilhar vários momentos que tive por lá. E deixei ele extremamente curioso para conhecer o outro lado do mundo. Curiosidade. Despertar isso na criança é mágico e, independentemente da idade, faz o mundo da imaginação trabalhar muito.
Mas viajar é viajar. Falei de viagens internacionais, mas quantos momentos bons passamos em nossas roadtrips, varando a noite para chegar ao jogo da Copa no rio de Janeiro, ou inventando brincadeiras e músicas para fazer o tempo passar.
Não importa para onde você vá. Sempre há uma boa história para contar. Pode ser a casa ao lado, a praça da cidade, o rio onde acontece o Rafting. Pode ser o hotel que antigamente era uma fazenda ou a praia que, de tempos em tempos, recebe tartarugas marinhas para desova. Vai por mim, criança não precisa de muito para ser feliz. Não precisamos levar as crianças a Paris para desbravar culturas e histórias. Um banho inusitado numa praça em Ilhabela pode render muita coisa para contar.