Tivoli: uma pequena história romana

28 de agosto de 2019
Suzane Hammer

A pequena cidadezinha de Tivoli, que fica a apenas 32 Km de Roma, definitivamente deveria entrar no roteiro turístico de quem visita a capital italiana.

Um dia de passeio é o suficiente para explorar e se deslumbrar com duas das mais famosas atrações da cidade: a Vila Adriana e Vila D’ Este. Ambas já possuem, merecidamente, o titulo de patrimônios mundiais da Unesco.

Tivoli se orgulha também de ser uma cidade mais antiga que a própria Roma. Apesar de pequena, sua belíssima paisagem, igrejas, termas, sítios arqueológicos, muito verde e água em abundância, tornam essa visita imperdível.

Batizada de Tibur, a cidade  surgiu de um ritual da fonte sagrada (em latim sacrum), que consistia na partida de um grupo de jovens de uma cidade para fundar uma nova .

A espetacular Vila D’Este, parece um cenário de cinema devido à beleza e criatividade com dezenas de fontes e esculturas, onde a água é a protagonista desse belíssimo local.

A partir de um antigo mosteiro, esta soberba casa de campo  foi construída no inicio do ano de 1550, encomendada pelo Cardeal Ippolito II d’este e o arquiteto Pirro Ligorio. Enquanto se construía o palácio decorado por quadros de pintores maneiristas, o magnifico jardim começava a tomar forma.

A complexa estrutura de rampas que conduzem à vários níveis produzem um belíssimo jardim, onde cada canto e detalhe se torna uma surpresa . Entre grutas, ninfas, lagos, cachoeiras, chafarizes, a água não é somente um espetáculo de jatos e espelhos d’água , mas transformam esse jardim, em um  paraíso. Uma perfeita cena de um conto de fadas. Mágico.

Para abastecer os gigantescos reservatórios de água, parcialmente desviadas do Rio Aniene, um complexo de tubulações foi construído. Os dutos alimentam um imenso reservatório, que fica no subterrâneo, 600 metros abaixo da aldeia de Tivoli.

Dos terraços do Palácio é possível vislumbrar um cenário espetacular de montanhas e cachoeiras. Espalhados pelos jardins, magnificas obras de arte do famoso escultor Gian Lorenzo Bernini, que tornam o local em um museu à céu aberto. Somado à genialidade de Bernini e Ligorio, temos o órgão hidráulico que, restaurado em 2003, emite ainda hoje as notas musicais utilizando a força da água.

O complexo passou por períodos de decadência com a retirada de grande parte das obras de arte e somente na metade do século XIX o Cardeal príncipe Gustav Adolf von Hohenlohe Schillingsfuerst recomeçou a restauração. Um de seus famosos hospedes, Franz Liszt , dedicou alguma de suas obras aos ciprestes e fontes.

Pássaros, peixes,  leões , deuses e deusas, compõem as imagens que misturadas entre arvores , arbustos e plantas, decoram e nos deixam extasiados com tamanha criatividade e beleza desse local.

Outro atração imperdível para visitar , é a Vila Adriana . Um pouco mais afastada do centro de Tivoli e com uma superfície de 100 hectares , a Villa nos deixou exemplares dos génios arquitetônicos romanos.

Construída entre 118 e 138, o complexo foi feito à pedido do Imperador Adriano, que conforme a historia  conta , queria concluir na sua grandiosa residência, maravilhosamente decorada, as memórias das pessoas mais amadas e dos lugares que mais o impressionaram durante suas viagens por todo império.  

Tivoli, uma mistura de Roma Antiga, Idade Média , historia e natureza exuberante. Considere incluir esse joia italiana em seu roteiro. São pequenos cantinhos assim, que o Mundo nos deixou para deixar memorias extraordinárias.

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