Páscoa na Ilha de Páscoa (ou melhor Rapa Nui) – Parte I

17 de abril de 2019
Marcelo Orchis

A Ilha de Páscoa é conhecida por ser um dos territórios habitados mais isolados do mundo. Juntamente com os arquipélagos do Havaí e da Nova Zelândia formam o chamado Triângulo da Polinésia (cada um em uma ponta), região localizada no Oceano Pacífico, onde também estão Taiti, ao centro, e Samoa, à oeste.

A Ilha sempre despertou meu interesse em função do nome, que foi concedido porque o primeiro visitante europeu, o holandês Jacob Roggeveen, chegou a esse território num domingo de Páscoa, em 5 abril de 1722. Foi por isso que decidi explorar essa ilha nessa época do ano, em 2018.

Na língua polinésia, a Ilha de Páscoa é denominada Rapa Nui (“grande Rapa”), em função da semelhança topográfica com a ilha de Rapa (“pequena Rapa”), localizada na Polinésia Francesa. Rapa Nui também é o nome dado aos nativos e à língua falada por eles. Em 1888, a Ilha de Páscoa foi anexada ao Chile, embora esteja localizada na Oceania e não na América do Sul. Anos mais tarde, em 1966, os Rapa Nui receberam cidadania chilena, o que fez do espanhol o idioma oficial desse território especial. 

Devido a sua posição geográfica, as únicas maneiras de se chegar de avião à Ilha de Páscoa  são via Taiti e Chile, o que contribui para o alto custo do transporte. Sobrevoei por cerca de cinco horas o Oceano Pacífico – 3.700 Km separam Santiago da ilha, famosa por abrigar as fascinantes moai, estátuas monolíticas esculpidas entre os anos 1200 e 1500. Elas sempre me chamaram a atenção quando as via em livros, na internet e na televisão, por exemplo, no episódio sobre o Chile do programa canadense Departures.

Fundamental para minha aventura de uma semana foi conversar com alguns  poucos amigos que já tinham estado lá, como a brasileira Tatiana, que me apresentou a chilena Loraine. Esta me passou várias dicas, como o Hostel Camping Minihoa, próximo a Hanga Roa, principial cidade, porto e capital da Ilha. Acampar foi uma superexperiência, que custou cerca de U$7 por noite, pois levei a barraca da minha amiga chilena Montserrat, compensando o custo da passagem aérea. Quem não tem barraca paga U$8.

Metade do território, que é vulcânico, é ocupado pelo Rapa Nui National Park, legado da civilização Rapa Nui, que em 1996 foi designado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO devido a sua importância cultural. No aeroporto, comprei um ticket que permite visitar diversas atrações do parque. 

Na Ilha de Páscoa, há cerca de 900 moai, que em média possuem 4 metros de altura e pesam 14 toneladas. Em Rano Raraku, local onde os moai eram esculpidos para depois serem transportados para outras partes da ilha, ainda restam 397 moai.  

Diz uma lenda que a maioria deles “olha” para dentro da ilha (e não para o mar) a fim de proteger a comunidade, já que aqueles que os construíram acreditavam que eram os únicos no mundo e qualquer invasor viria por terra e não pelo mar.

As únicas exceções são os sete moai de Ahu Akivi, que estão no meio da ilha mirando o oceano. Uma das explicações é que a alma do primeiro rei da ilha, Hoto Matu’a voou sobre o oceano e enviou à ilha sete soldados que aguardavam a chegada do rei.  

Leia a parte II onde conto mais sobre essa experiência incrível que tive na Ilha de Páscoa.

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