O Reino do Marrocos é um país árabe localizado na região norte do continente africano. Possui como línguas oficiais o árabe e o darijá, uma variação marroquina do primeiro idioma, mas o francês também é bastante utilizado no país.
O Marrocos ficou conhecido pelos brasileiros, principalmente no início dos anos 2000, com o sucesso da novela “O Clone“. Mundialmente, o país se destacou pelo clássico “Casablanca”. Mas como é comum nesses casos, as obras audiovisuais não retratam muito do que é o lugar, deixando muitos detalhes passarem batidos ou criando uma visão estereotipada da cultura local. Com uma diversidade cultural enorme, que une costumes europeus, árabes e africanos, o Marrocos se destaca como atração turística.
Rabat
A capital do país é o lar do atual rei, Maomé VI. Embora não seja a cidade mais badalada, nem a mais conhecida pelos turistas estrangeiros, Rabat possui vários lugares interessantes para se visitar, principalmente para aqueles que se interessam por história.
O mausoléu de Maomé V é onde estão sepultados, além do antigo rei, seus dois filhos, Hassan II e Moulay Abdellah. Possui uma arquitetura típica alauita, com uma silhueta toda branca e típicas telhas verdes. A estrutura também chama atenção pela sua decoração interna: mármore, cedro e ouro decoram o interior que é rico em detalhes. Ao todo, foram necessários mais de 400 homens e cerca de nove anos para finalizar as obras.
Do lado oposto ao mausoléu, está a Mesquita de Hassan, um projeto antigo e ambicioso que acabou não dando certo. A história é a seguinte: no século XII, o sultão Al Mansour encomendou o projeto de construção da maior mesquita do mundo, que seria construída em Rabat. Porém, o sultão morreu antes do término das obras, que acabaram sendo abandonadas pela dinastia seguinte. O resultado é uma estrutura grandiosa, porém inacabada que guarda diversas histórias do passado marroquino. Mesmo assim, vale a pena visitar a mesquita e seu minarete (espécie de torre onde são anunciadas as cinco orações diárias), que possui 50 metros de altura e é considerada uma das mais complexas obras da arquitetura local.
Com um peso histórico duplo, as ruínas de Chellah é um dos lugares mais interessantes da capital. Inicialmente, a cidade pertenceu ao império romano e era conhecida como Sala Colonia. Depois de séculos, os merínidas começaram a usar a antiga cidade como necrópole, espécie de cemitério. As ruínas são uma grande fortaleza, com muros que a cercam. O mais interessante é que o portão principal da cidade ainda está bem conservado, se tornando uma das principais atrações de Chellah.
Marrakech
Marrakech é o principal destino turístico de Marrocos. Se difere de Rabat por possuir um ritmo mais acelerado. Sendo o centro comercial do país, o seu maior destaque são os mercados, onde os turistas podem comprar diversas produtos locais por preços bem acessíveis.
A cidade também é um bom exemplo da diversidade marroquina. Você pode ver influência dos diversos povos que influenciaram culturalmente a região, como os espanhóis, mouros, franceses e berberes. Isso reflete, principalmente, nas vestimentas, arquitetura e nos sabores da culinária.
Para quem for, é quase obrigatório passar pela Medina. Fica no centro histórico da cidade, dentro de uma área fortificada. Após adentrar as muralhas, você vai se deslumbrar com as cores fortes que são um dos maiores charmes da cidade. É lá que se localiza a praça Jemaa el-Fna, tombada como patrimônio mundial da UNESCO.
A praça é o principal mercado a céu aberto da cidade há centenas de anos. Quem visitar o local, pode estranhar no começo a agitação e confusão do local, mas com certeza não vai se arrepender. Jemaa el-Fna funciona como um mercado comum, com barracas vendendo especiarias entre outras coisas típicas da cultura árabe. Mas também tem seu lado exótico, sendo bem comum você encontrar acrobatas, encantadores de serpentes, domadores de macacos, dentistas, entre outras coisas que são um tanto exóticas para nós ocidentais.
Como de costume, Marrakech também uma grande mesquita que vale a pena se visitar. Localizada próxima à praça Jemaa el-Fna, a mesquita de Koutoubia é a mais importante da cidade e, na época de sua construção, foi uma das maiores do mundo. Assim como em todo Marrocos, os templos não permitem a entrada de estrangeiros, apenas de fiéis muçulmanos, mas mesmo assim vale a pena dar uma conferida nos arredores. Seu minarete, de 69 metros, é a construção mais alta da cidade e se destaca em meio ao resto da paisagem urbana.
Casablanca
Casablanca é a maior cidade marroquina e também é principal polo de industrial e financeiro do país. Por conta disso, não acaba sendo muito atrativa para turistas, entretanto, possui diversos lugares que você pode visitar caso pretenda passar alguns dias por lá ou apenas fazer uma escala de algumas horas.
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A principal atração é a Mesquita Hassan II. Considerada umas das maiores do mundo, sua estrutura impressiona por ser construída praticamente no dentro do mar. Sua arquitetura é considerada uma as mais belas do país, toda branca com detalhes em verde esmeralda. Seu marinete possui mais de 200 metros de altura, podendo ser vista de toda a cidade. E a melhor parte é que essa é a única mesquita marroquina que pode ser visitada por não-muçulmanos, para isso basta você participar dos tours guiados.
Também grandiosa é a Catedral Sagrado Coração. Foi a antiga sede da Igreja Católica no país, mas foi desativada logo após Marrocos conseguir sua independência, atualmente o prédio funciona como um centro cultural. Inteira branca, a igreja possui um estilo neogótico e seus vitrais chamam atenção pelos belos desenhos.
Para aqueles que procuram algo mais tradicional, Casablanca também possui uma medina em seu centro histórico. É semelhante à que encontramos em Marrakech, porém menor. Em seu interior também funciona o típico centro de compras árabe: com várias especiarias, artesanatos e os mais variados tipos de serviços sendo vendidos.
Fez
Sendo a segunda maior e uma das mais tradicionais do país, em Fez você vai encontrar tudo de mais típico da cultura marroquina em um só lugar. Muito da sua tradição deve-se à história da cidade, que já foi por diversas vezes capital do Marrocos. Uma coisa que atrai os brasileiros, principalmente os mais noveleiros, é que Fez foi usada nas filmagens da novela “O Clone”, uma das mais conhecidas do nosso país. Inclusive, a arquitetura da cidade marroquina foi usada como inspiração para a construção da cidade cenográfica aqui no Brasil.
A principal atração da cidade é a sua mais antiga medina. Chamada de Fez El Bali (Fez, A Velha) é o centro histórico da cidade e é tombado como patrimônio mundial pela UNESCO. Carrega o título de possuir a universidade mais antiga do mundo e que ainda está em atividade. Logo na principal entrada das muralhas que separaram a parte nova da antiga Fez, você já se depara com um belíssimo portão azul, construído em 1913 ele é um dos principais pontos turísticos da medina.
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Dentro da cidade velha você vai encontrar tudo de mais típico no mundo árabe, desde as casas até os diversos mercados vendendo artesanatos e especiarias árabes. E tome muito cuidado para não se perder, devido as ruas estreitas e confusas é muito fácil se perder dentro medina. É quase como se você estivesse andando em um labirinto.
Além de tudo isso, na medina você também encontra diversas outras coisas para se fascinar com a cultura local. Entre elas está o Curtume Chouwara, um local que abriga mais de 300 poços que servem para a preparação e tingimento de couro. Os artesãos se mantém fiéis à tradição e utilizam o mesmo procedimento de 800 anos atrás. E para quem se interessar, os produtos são vendidos em lojinhas próximas ao curtume.
Do lado de fora da antiga medina fica o Palácio Real de Fez. É dos monumentos mais importantes da cidade, além de ser um dos mais antigos de toda Marrocos também. Ele foi construído fora da medina mais velha por conta de sua magnitude, por conta disso, uma nova muralha foi erguida só para o palácio, que recebeu o nome de Fez el-Jedid. Como normalmente ocorre com monumentos desse tipo, a entrada para a visitação é proibida. Mas ainda dá pra contemplar a beleza das suas sete portas de bronze, todas decoradas com azulejos azuis, que representam a cidade, e verde, cor típica do islã.