Amor, saúde e dinheiro inspira o público do Festival das Estrelas

10 de novembro de 2019
Irineu Ramos

Os desejos mais comuns em correntes de oração, simpatias e vibrações energéticas levam milhares de pessoas ao bairro da Liberdade, em São Paulo, todos os anos, a participar do Tababata Matsuri, mais conhecido como o Festival das Estrelas, em homenagem ao casal Orihime e Kengyu, personagens da mitologia japonesa há 4 mil anos.

Na ocasião a praça da Liberdade e arredores são decorados com grandes ramos de bambu que recebem a ornamentação de enfeites coloridos de papel que simbolizam as estrelas. Nesses bambus são pendurados os tanzaku, pequenos pedaços também coloridos de papel onde as pessoas colocam seus pedidos para o amor, saúde, negócios e muito mais.

Turistas de todas as partes passam por lá nesse período e aproveitam para fazer seus pedidos às divindades sagradas responsáveis por realizá-los, desde que sejam merecedores. Realizado nos finais de semana de julho, o Tanabata, lota as ruas do bairro. A organização é da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade – ACAL, responsável pela festa desde 1979, quando ocorreu a primeira edição na capital paulista.

Ao final da festa os tankazu são queimados para que a fumaça leve os desejos das pessoas ao casal.

A Lenda

A história é bem antiga. O Tanabata Matsuri originou de uma lenda, criada há mais de quatro mil anos e inspirada nas estrelas Vega e Altair, e conta a vida da princesa Orihime e seu amado Kengyu.

Segundo a mitologia japonesa, a princesa Orihime era uma excelente tecelã e confeccionava a mais perfeita seda de que se tinha notícia. Preocupado com sua excessiva dedicação, o rei ordenou que ela se distraísse, dando passeios diários pelo reino.

Em uma dessas ocasiões, Orihime (a estrela Vega) conheceu o pastor Kengyu (estrela Altair – situada no lado oposto da Galáxia) e os dois se apaixonaram. Esquecendo-se completamente de suas obrigações, a princesa tecelã e o pastor dedicaram todo o tempo a este amor e por este motivo foram castigados, sendo transformados em estrelas e separados pela Via Láctea. Comovido com a tristeza do casal, o Ser Supremo Celestial permitiu um único encontro anual entre eles, no mês de julho.

Em agradecimento à dádiva recebida, o casal atende aos pedidos feitos em papéis coloridos (irogami/tanzaku) e pendurados em bambus (sassadake).

A festa foi introduzida no Japão pela Família Imperial no início do século IX com o nome de Tanabata Matsuri.

Muitas Opções

O bairro oriental de São Paulo, além do festival das estrelas, oferece uma infinidade de opções de lazer, gastronomia, compras, artesanato e religiosidade. As ruas decoradas com luminárias orientais são estreitas para a quantidade de gente que circula por ali.

Além do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, situado no edifício Bunkyo, e de igrejas católicas, o turista vai se encantar com os supermercados típicos com a oferta dos mais variados produtos da culinária oriental; restaurantes; lojas de produtos de casa, decoração e da feirinha de  finais de semana.

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