Amsterdã, a babel amorosa dos Países Baixos

22 de abril de 2019
Irineu Ramos

A pequena capital, Amsterdã, com cerca de 700 mil habitantes escolheu um dia, de alguma forma, ser centro de convivência entre pessoas das mais diversas culturas. Para isso, estabeleceu-se com base nos princípios da tolerância religiosa, étnica e sexual; do respeito a todos os cidadãos e da hospitalidade com seus visitantes.

Seu povo é alegre, liberal e trata as diferenças culturais como algo absolutamente natural. Cada qual vive de sua forma e dentro da lei. Esta é Amsterdã, capital da Holanda, um país que trava uma luta diária contra o mar, uma vez que parte significativa do seu território está abaixo do nível do oceano.

“Os canais da cidade são únicos e utilizados como estrada onde passam embarcações de turismo, boat-táxi e atracadouro de barcos-casa. O ambiente geral é bastante romântico e inspirador. Uma experiência única no mundo.

Conhecer sua história, seus monumentos e seu povo certamente transforma o turista de todas as idades num ser mais humano e mais feliz com a vida.

Amsterdã é pequena se comparada a dezenas de capitais do mundo. Porém, enorme quando o ponto de vista é a quantidade de culturas que a habita. A cidade detém o recorde imbatível na história da integração dos povos: nela vivem representantes de 168 nacionalidades, o que a torna a mais multicultural do planeta. Uma Babel cultural.

A convivência entre todas essas diferenças só é possível com o elevado nível de educação da população e com o respeito ao próximo. Por suas ruas caminham muçulmanos, cristãos católicos, protestantes e coptas, budistas, judeus, hinduístas e muitos outros.

Muitas mulheres usam o hijab, palavra árabe que significa cobrimento da cabeça por um véu que varia de cultura podendo ser o icharb, a cafia, o xador e até a burca, esta última usada no Afeganistão.

“Um cartão postal da cidade a frase “I am Amsterdam” é ponto obrigatório para fotos. Uma infinidade de cafés e restaurante ocupam a região central com muita gente bonita circulando.

Atualmente a composição étnica da cidade é de 49,7% holandeses e 50,3% estrangeiros. Os não-europeus respondem por 34,9% da população. Devido a imigração em larga escala vinda de países não-ocidentais, principalmente do Marrocos e de outros islâmicos, em poucos anos pessoas de origem não-europeia se tornarão o grupo dominante em Amsterdã. Cerca de 25% da população da cidade pratica o islamismo. A religião dominante é o cristianismo protestante.

Os bondes, semelhantes aos nossos veículos leves sobre trilhos (VLT), atendem a toda a cidade, são confortáveis compõem a paisagem da cidade.

A bicicleta é o meio de transporte mais popular. Em Amsterdã o número desses veículos é maior que o da população. Todo o trânsito é disciplinado. Os ciclistas respeitam as ciclovias que têm mão e contramão. É possível alugar bicicletas em vários pontos. Os bondes (chamados de trains) são longos e atendem toda a cidade. Vale o passeio uma vez que é um veículo confortável e “ultras silencioso”.

A bicicleta é o principal meio de transporte. Existem mais bicicletas do que habitantes na cidade. E por incrível que pareça não há conflito com motoristas de carros e transporte coletivo. Mundo civilizado é outra coisa.

O nome da capital é derivado de uma represa (dam) no rio Amstel, onde está localizada a cidade que é forte na área das finanças abrigando o quinto maior centro financeiro europeu. Com mão-de-obra qualificada no setor logístico, possui uma infraestrutura que reúne um aeroporto internacional (Schiphol) localizado na vizinha Haarlemmermeer e um moderno porto marítimo.

Amsterdã não se tornou liberal e centro de convergência de muitos povos da noite para o dia. A origem dessa convivência remonta ao século XVI, quando teve início o conflito entre holandeses e Filipe II da Espanha. O confronto causou uma guerra que durou 80 anos que finalmente deu aos Países Baixos sua independência.

Rompida com a Espanha, a nova república ganharia fama por sua tolerância com respeito às religiões. Entre outros, buscaram refúgio em Amsterdã,  judeus de Portugal e Espanha, comerciantes da Antuérpia (Bélgica) e os calvinistas da França, perseguidos em seus países.

Durante a Segunda Guerra Mundial, em maio de 1940, a Alemanha tomou o controle do país. O governo civil nazista perseguiu milhares de pessoas. Mais de 100 mil judeus holandeses foram deportados para campos de concentração. Entre estes, Anne Frank, famosa por seu diário recuperado pelo pai, único sobrevivente da família.

A Casa de Anne Frank é ponto obrigatório de visitação. Todos os dias, filas enormes aguardam pacientemente para conhecer o interior do imóvel transformado em museu.

A Casa Anne Frank é hoje um museu. Filas enormes se formam todos os dias para a visita que inclui entrada nas salas secretas onde a família se escondeu, junto com uma nova ala que fornece informações audiovisuais sobre a guerra, a perseguição dos judeus e a ascensão do fascismo.

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