A minha primeira vez na Europa, de cara, me presenteou com uma escala de 12 horas, o que para um viajeiro de primeira mão foi tida como uma boa notícia, uma vez que seria a oportunidade de conhecer uma das cidades que mais quis um dia visitar. Contudo, antes de sair do Brasil, não fiz nenhuma programação sobre o que fazer durante essa metade de um dia na terra da rainha. A única certeza que tinha é que de maneira alguma ficaria todo esse tempo vagando pelos corredores do Heathrow.
Depois de 11 horas de voo, partindo do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, cheguei no velho continente, em Londres para ser mais exato, desembarcando no tal Heathrow que já sabia que mais parecia um formigueiro em expansão.
De cara, claro, um choque enorme. Uma vez que minha mala iria direto para Barcelona, não tive a preocupação de pegar um locker no aeroporto para aproveitar minha escala na cidade. Com isso, desci até a área de desembarque e peguei um metrô para ir até a temida imigração do local, que só de escutar certos boatos, fiquei receoso de não irem com a minha personalidade e me barrarem por lá mesmo.
Depois de pegar um metrô, chegar na imigração, você precisa apenas responder certas perguntas típicas como: “onde vai ficar, qual destino final, quando retorna para o país de origem”. Nada demais. A dica é falar que sempre quis conhecer a cidade, ao meu ver eles gostam de ser elogiados. Segue o baile e partiu Londres.
Londres fica a 30km do aeroporto, e são várias as opções de transporte que você pode utilizar até chegar no local, desde metrô, trem, ônibus ou até mesmo um motorista particular pagando cerca de 53 euros (sinal). Eu optei por pegar um metrô para sair do aeroporto. No local três estações: Heathrow Terminal 5, Heathrow Terminal 4 e Heathrow Terminais 1, 2, 3. A linha azul escura (Piccadilly) te leva até o centro de Londres e ao restante do sistema de metrô da cidade. Sai bem mais barato, mas a viagem até o centro leva aproximadamente 1 hora. Uma passagem única para o centro de Londres (Zona 1) custa em 2018 ₤6 e, no Oyster Card, £5,10 (entre 6h30 e 9h30 de segunda a sexta) e £3,10 em outros horários. Chegando na Piccadily Circus, você estará perto de grandes atrações turísticas como London Eye e Big Ben.
A primeira impressão foi estar em uma cidade que parecia estar anos luz na frente da capital paulista onde moro. Começando pela arquitetura de cada prédio e casa que avistei, em uma mistura dos ônibus vermelhos de dois andares que mais pareciam que tinham saído de uma versão adaptada de Velozes e Furiosos.
Em um dia nublado e frio, decidi bater perna na cidade. O primeiro ponto turístico que parei foi a famosa London Eye. Eu me lembro de com 6, 7 anos, ter assistido Mary Poppins, um clássico da Disney, que mostra uma Londres muito mais colorida do que ela realmente é, e ter colocado na cabeça que a primeira oportunidade que fosse para fora do Brasil conheceria aquela cidade. Volta a cena, relembrei diversas cenas do filme enquanto observava a famosa London Eye, também conhecida como Millennium Wheel. Foi mágico. A atração ainda estava fechada, mas se quiser aproveitar sua escala na cidade, vale a pena se programar e comprar seu ingresso para conhecer o local neste link.
Depois de ficar cerca de 20 minutos observando uma das vistas mais lindas que já tinha contemplado, fui andando até outro lugar que jamais imaginei que conheceria tão cedo: o famoso Big Ben, que para minha tristeza, estava em reforma. Sim, eu já sabia, mas poxa, seria melhor tê-lo visto como nas cenas de Skyfall.
Tirei algumas fotos e segui rumo ao famoso St. James Park que existe desde o século XVII. O parque fica em uma área bem central da cidade e é bem mais tranquilo do que o Green Park, outro lugar a céu aberto bem frequentado por turistas. Vale lembrar que o St. James tem vista para o Buckingham Palace.
O que fazer lá? Relaxar no gramado lindo, claro. Mas se preferir pode se acomodar em uma das diversas cadeiras espalhadas no local vendo os pelicanos no lago. Se chegar entre 14h30 e 15h conseguirá vê-los sendo alimentados. O parque ainda apresenta alguns monumentos, fontes e estátuas que vale a penas conhecer e fazer um registro.
Se optar em seguir direto de metrô para o local, as estações mais próximas são: Green Park (Piccadilly, Victoria e Jubilee Line) e St. James’s Park (District e Circle Line).
Saindo do parque, sai bem na frente do Palácio de Buckingham. Para quem não sabe, o local é a residência oficial e principal local de trabalho da rainha e do rei do Reino Unido em Londres. O local fica na Cidade de Westminster, um borough da Grande Londres, e é frequentemente o centro de ocasiões de estado e hospitalidade real.
Como de praxe, diversos turistas estavam na frente do local numa tentativa de, quem sabe, ver os protagonistas da capital londrina, atrás apenas do pequeno Príncipe George, claro né. Mas pelo menos durante a quase meia hora que fiquei na frente do local, não teve ninguém do alto escalão de Londres dando um close pela janela do palácio. Se quiser conhecer o local por dentro, é possível fazer um tour por £27,78.
Apaixonado por museu como eu, não poderia deixar de sair da casa da rainha e correr para a National Gallery, a primeira de três que visitei durante minha estadia na Europa. O local fica na Trafalgar Square, praça que é considerada o coração de Londres, que também é uma das atrações mais visitadas do Reino Unido, perdendo apenas para o Museu Britânico em números de visitantes por ano, tem entrada gratuita e funciona a partir das 10h.
No local, cerca de 2300 obras de artes artistas europeus do período compreendido entre o século XIII e o início do século XX. Como destaque: The Virgin of the Rocks” de Leonardo da Vinci; “The Entombment”, de Michelangelo; “Venus and Mars”, de Boticelli; “The Supper at Emmaus”, de Caravaggio, “Self Portrait at the age of 34”, de Rembrandt; “A Young woman standing a virginal”, de Vermeer; “Sunflowers”, de Van Gogh; “The toilet of Venus“, de Velázquez; “Bathers” de Paul Cézanne, e “Bathers at La Grenouillère” de Monet.
Inaugurada em 1838, a National Gallery tem como objetivo tornar a arte acessível a pessoas de todos os níveis sociais. Para quem não fez o cursinho da fisk, são oferecidos audioguias em diversos idiomas. Um deles apresenta comentários sobre mais de 1000 obras do acervo e o outro — O tour de 60 minutos — cobre 40 destaques da galeria para quem tem apenas 1 hora para visitar a atração. O aluguel dos audioguias custa £5 cada.
Saindo do local fui procurar algo para comer, e com toda certeza queria provar um prato típico da cidade. Fiz questão de entrar em um pub e pedir um “Toad in the hole”, uma receita feita com massa dourada e salsicha, servida com cebola roxa e molho madeira. A refeição incluiu ainda a tradicional sobremesa “Summer Pudding”, feita com pão italiano, frutas vermelhas e açúcar, e uma bebida saiu por ₤11 libras.
Terminando de comer, vi que seria bom voltar em tempo para o aeroporto. Fique tranquilo, a cidade tem diversas estações de metrô, todas próximas uma da outra. Então praticamente em qualquer lugar você avistara uma delas para voltar ao Heathrow.
Minha percepção: fica a dica para na próxima viagem ficar muitos outros dias nessa cidade que ao meu ver tudo funciona, onde não existe lixo nas ruas, onde as pessoas sempre que precisei tirar alguma dúvida foram solicitas, simpáticas e atenciosas. Além disso, Londres foi a cidade onde percebi uma maior atenção da polícia sobre tudo o que estava acontecendo.
Londres é encantadora em cada esquina, é ligada no 220w. Você precisa conhecer.
Espero que as dicas ajudem você a aproveitar cada minuto dessa cidade!
Por: Luiz Gustavo Ribeiro*
* Luiz Gustavo Ribeiro: Jornalista apaixonado por viagens, festivais, música e que não vê a hora de pagar os boletos da última, fazer as malas e embarcar na próxima trip.