Veneza para celebrar o amor

9 de novembro de 2018
Heitor e Silvia Reali

Quando conheci Veneza, logo cai sob seu encanto. Tem que chegar lá e sentir. O que de fato dá significado a essa república insular são suas experiências fora de roteiro, e para mim mais ainda as lembranças contadas pelos meus avós.

Crédito: Viramundo e Mundovirado

Quem a viu não a esquece. Goethe a definiu como um furacão de beleza. Já os poetas Byron, Shelley e de Musset construíram palácios e dedicaram poemas às suas amadas vênetas, cujos olhares exprimem o enigma da sensualidade e do desejo. Goldoni e Casanova foram outros que não deram folga para a paixão e se deixaram seduzir por mulheres que segundo o poeta Gabriele d’Annunzio escondiam uma cauda de sereia embaixo dos vestidos.

Crédito: Viramundo e Mundovirado


Veneza é cidade para andar de mãos dadas e com olhar maroto para a amada, procurando pelos jardins secretos quase sempre escondidos da vista dos turistas apressados e dos ângulos inusitados da sua arquitetura gótica.
Descubra as lojas com humor felliniano na decoração. Aprecie o vento quente e despudorado do siroco que também toma liberdades nesta corte romântica. De qualquer ângulo e distância que se olhe, Veneza é sempre incomum.

Crédito: Viramundo e Mundovirado

Ato finalle: Veneza noturna continuará a seduzi-lo com seus festivais, teatros, exposições de artes e pequenos ristorantes, e veja como o resultado desse frenesi provoca a celebração do nosso permanente objeto do desejo. E de tão feminina, Veneza é a magia do amor, um antídoto ao nosso universo cotidiano.

Nossa dica:
Antes de ir:  leia Marca – D´Água, de Joseph Brodsky
Uma viagem para conhecer Veneza pelas mãos de Brodsky não vai, literalmente, por água abaixo. Com sua observação pertinaz, não espere descrições detalhadas, informações úteis, erudição. A cidade é pura sedução pelo modo como oferece acesso ao seu passado. Brodsky compartilha com o leitor ideias, imagens, passeiozinhos ensaísticos, humor, leveza – e também sarcasmo. Mas sobretudo a beleza da “Sereníssima” dos poetas.
Editora: Cozac Naify

Viramundo e Mundovirado

Heitor Reali é jornalista e fotógrafo e já foi engenheiro, Silvia Reali é artista plástica, jornalista e fotógrafa. Vivemos em São Paulo, conhecemos 90 países, e somos apaixonados pelo Brasil.  Acompanhe os autores também no Viramundo e Mundovirado  (no Facebook e Instagram), no Blog do Estadão: Viagens Plásticas,  na coluna no Catraca Livre, no Viver Agora e também o Atelier Reali.

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