Que tal conhecer alguns projetos sustentáveis do Mato Grosso do Sul? Principal destino de Ecoturismo do Brasil, o estado é empenhado em desenvolver práticas sustentáveis, alinhadas com gestão pública e privada, para que cada vez mais suas atrações naturais e seu ecossistema sejam preservadas.
Todo esse empenho também é resultado de diversas iniciativas que abraçam a causa e desenvolvem ações para a proteção ambiental. Não somente recuperando áreas, mas também ensinando visitantes e população local como tratar cada ecossistema de forma sustentável. Um exemplo de educação ambiental é o Bioparque Pantanal, um espaço de experiência e conhecimento. O empreendimento público estadual, vinculado à SEGOV foi inaugurado em 2022, sendo o maior aquário de água doce do mundo.
Localizado em Campo Grande, o local busca inspirar e aumentar o conhecimento dos visitantes sobre a sustentabilidade e também a biodiversidade do bioma sul-mato-grossense, destacando a importância e urgente necessidade de preservação das espécies, além da conservação ambiental. As ações e projetos dentro do Bioparque estão ligadas aos pilares que regem o prédio, como: educação ambiental, pesquisa, conservação, inovação, inclusão social e lazer.
Uma de suas atrações é o circuito de aquários, onde os tanques representam, individualmente, os ambientes e sequência das águas do pantanal, desde as nascentes até os rios, simulando exatamente como ocorre na natureza, conseguindo reproduzir seus caminhos naturais e mostrar aos visitantes cada etapa e processos dos animais e meio ambiente.
Separamos uma lista com alguns projetos sustentáveis do Mato Grosso do Sul que desempenham diversas funções para o Ecoturismo como educação, proteção, pesquisas científicas e muito mais… Veja abaixo:
Projeto Onçafari – O projeto Onçafari nasceu em agosto de 2011 idealizado por Mario Haberfeld no Refúgio Ecológico Caiman, com o objetivo de conservar o meio ambiente e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico por meio do ecoturismo e estudos científicos. Atuando em seis áre diferentes: Ecoturismo, Ciência, Educação, Reintrodução, Social e Florestas, o projeto trabalha principalmente com onças-pintadas e lobos-guarás, habituando os animais à presença de veículos, monitorando o comportamento e saúde dos animais, reintroduzindo animais em seu habitat, desenvolvendo pesquisas e aumentando o conhecimento científico das espécies, fomentando sua proteção. O projeto também realiza palestras, atividades de campo além do auxílio na gravação de filmes e documentários da região.
Projeto IASB (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena) – O IASB (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena) é uma instituição sem fins lucrativos criado em 2002 com a missão de preservar as águas da Serra da Bodoquena, recuperando solos, rios e matas, além da biodiversidade da região. Com recursos naturais e sustentáveis, o IASB desenvolve ações e projetos como: Águas de Bonito, Expedição Fluvial de Monitoramento no Rio Mimoso e Programa PSA Uso Múltiplo Rios Cênicos Prata e Mimoso, com o foco de educação ambiental e cidadania socioambiental.
Instituto Arara Azul – O Instituto Arara Azul foi criado pela bióloga Neiva Guedes em 1990 após encontrar um bando de araras-azuis no Pantanal do Mato Grosso do Sul. Além de realizar todo estudo e conservação da espécie e ambiente, o projeto estuda outras espécies que fazem parte do ecossistema da arara azul, como tucanos, corujas, gaviões, pato-do-mato e outras espécies. A equipe do projeto realiza palestras para vários tipos de públicos, como profissionais de biologia, acadêmicos, comunidades locais e também público final, a fim de compartilhar a importância da conservação desse universo das araras. O projeto também realiza ações de ecoturismo, com expedições e observação das araras para os visitantes acompanharem o trabalho local e avistar os animais ao ar livre.
Projeto Papagaio Verdadeiro – Com apoio do Parque das Aves, em 1997 a zootecnista e doutora Gláucia Seixas iniciou o projeto Papagaio Verdadeiro no Pantanal sul-mato-grossense, com intuito de promover o conhecimento e informações sobre a biologia e ecologia do papagaio. Embora não esteja ameaçado de extinção, a espécie de ave sofre com perda de habitat e principalmente tráfico de seus filhotes. O projeto trabalha em quatro frentes para combater esses problemas, como pesquisa científica e áreas de reprodução, ações para conscientização e educação sobre o animal, mapeamento do tráfico com ações para o fomento de políticas públicas, além de aplicação de manejos, buscando conservar ninhos naturais e criando ninhos artificiais para ajudar na reprodução.
Projeto Antas Urbanas – Uma iniciativa do Instituto de Pesquisa Ecológicas (IPÊ) é a Pesquisa da Iniciativa Nacional para Conservação da Anta Brasileira (INCAB) – o projeto Antas Urbanas – que visa analisar a presença de antas na cidade de Campo Grande. O principal objetivo é mapear a presença do animal e reunir o máximo de informação sobre saúde, comportamento e possíveis ações que possam impactar a preservação do animal e do ambiente. As antas urbanas, como são chamadas, são mais avistadas em locais periféricos da cidade onde há vegetação preservada. O projeto conta e envolve a população de Campo Grande para ajudar no avistamento dos animais e relatar a pesquisa, a fim de entender e desenvolver ações para preservar a espécie da anta.
Projeto Tatu Canastra – Desde 2010 o projeto Tatu Canastra visa a conservação da maior espécie de tatu existente, o canastra. Listado como espécie vulnerável (em ameaça de extinção), a perda de habitat natural, caça e atropelamento nas rodovias estão entre as grandes causas dessa vulnerabilidade. Realizado pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), o projeto trabalha levantando informações de comportamento e ações para proteção da espécie. Inicialmente iniciados no Pantanal, as pesquisas expandiram para o cerrado do MS, contando com ferramentas como radiotransmissores, armadilhas fotográficas para o levantamento das tocas e monitoramento/mapeamento da área que vive.
Projeto Tamanduá Bandeira e Rodovias – Idealizado pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), o Projeto Tamanduá Bandeira e Rodovias busca pesquisar a alta taxa de mortalidade dos tamanduás-bandeira para diminuir as colisões veiculares com a fauna nas rodovias do Mato Grosso do Sul. Dividido em duas fases, a primeira é entender quando e como o animal atravessa a rodovia, quantificando o impacto e efeito da espécie nas estradas. E a segunda fase, com os resultados da primeira fase, envolve ações com autoridades, tomadores de decisão e usuários das estradas, divulgando e apontando as necessidades em workshops, treinamentos, ações sociais e paisagísticas para diminuir o número de colisões.
Projeto Jiboia – Desde 2005 em Bonito, no Mato Grosso do Sul, Henrique Naufal trabalha para desmistificar as serpentes não peçonhentas e todo seu universo, normalmente relacionados ao perigo para a maioria da população. O Projeto Jiboia trabalha na educação ambiental, com apresentações diárias sobre as jibóias e serpentes, mostrando aos visitantes os hábitos alimentares e comportamentos desses animais, e também a importância para o ecossistema e cadeia alimentar, buscando preservar a espécie, quebrando paradigmas que é um animal maldoso/perigoso. Após a apresentação, todos são convidados para um contato direto com as cobras.
Esse conteúdo é uma parceria com a Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul