A História das Mulheres nas Olimpíadas é marcada por muita batalha e conquista, isso só para poderem participar dos jogos igual os homens. Batalhas para continuarem aumentando o número de participantes em mais modalidades, batalhas para ganharem prêmios iguais e conquistas, edição após edição, elas seguiram conquistando… Então, continuando o Mês Olímpico aqui no LPM, vamos contar um pouco mais sobre a história das Olimpíadas e da participação das mulheres ao longo dos anos nos jogos olímpicos.
Mulheres nas Olimpíadas da Era Antiga
Já na primeira edição, lá em 776 a.C., as competições eram vetadas às mulheres. Elas também eram proibidas de assistir, podendo chegar a pena de morte caso alguma mulher casada fosse vista acompanhando as disputas.
As mulheres disputavam entre si uma competição antes dos jogos oficiais, sendo realizados até mesmo, dentro de Olímpia. Chamado de Heraea, eram corridas em homenagem a Hera, esposa de Zeus.
Apenas as sacerdotistas de Dêmetra, consideradas “mensageiras dos deuses” eram autorizadas nos Jogos, sendo que presença era considerada boa sorte para os competidores, elas também eram as responsáveis pela entrega das coroas de oliveira para os vencedores olímpicos.
Uma história curiosa sobre as Mulheres nas Olimpíadas da Antiguidade, envolve o nome de Kallipateria. Mãe e treinadora de seu filho boxeador, ela se vestia de homem para não ser reconhecida e morta enquanto acompanhava as lutas. Após uma vitória do filho, ela por descuido, se mostrou mulher e foi a julgamento. Ela acabou poupada já que foram campeões olímpicos.
Mulheres nas Olimpíadas da Era Moderna
Mesmo com o renascimento das Olimpíadas apenas em 1896, com o Barão de Coubertin, as mulheres ainda eram proibidas de competir. Coubertin seguia o pensamento que o corpo feminino era feito para maternidade e não para o esforço físico de competições esportivas, além de que o papel da mulher era “apenas” coroar os homens vencedores.
Apenas no jogos de 1900 em Paris, que tivemos a histórica participação de mulheres competindo nas Olimpíadas. Elas não eram premiadas, apenas ganhavam certificados de participação. Foram cerca de 2% atletas mulheres entre todos, disputando as modalidades: tênis e golfe, que não haviam contato físico entre os esportistas.
E com isso, a tenista inglesa chamada Charlotte Cooper, foi a primeira mulher a ganhar ouro nos jogos, colocando seu nome na história dos esportes. Ela somente recebeu sua medalha de ouro anos depois.
Outro nome famoso por representar a luta das mulheres para igualdade nos esportes, é o da francesa Alice Milliat. Em 1919, a atleta de remo foi até o Comitê Olímpico Internacional (COI) pedir que mulheres pudessem participar dos jogos. Pedido negado pelo Comitê. Forçando em 1921, com a ideia de que as mulheres deviam ter representatividade, a criação dos Jogos Olímpicos das Mulheres, que aconteceu até 1934.
No primeiro ano, em 1921 a competição foi realizada em Mônaco, com delegações da França, Itália, Noruega, Inglaterra e Suécia.
Já em 1922, foram 38 países que afiliaram à Federação Esportiva Feminina (FSFI), organização criada por Alice Milliat, com o objetivo de conseguir uma maior participação de mulheres nos esportes.
Mulheres brasileiras nas Olimpíadas
Maria Lenk, primeira brasileira participar das Olímpiadas – Crédito Reprodução Mary Dalva Proença foi a única brasileira nas Olimpíadas de 1956 – Crédito Acervo Globo Jaqueline Silva e Sandra Pires, foram as primeiras brasileiras a ganhar medalhas pelo Brasil – Crédito Reprodução Brasileiras do Basquete ganharam a primeira medalha de prata – Crédito Reprodução Ketleyn Quadros – primeira brasileira a ganhar uma medalha em esportes individuais – Crédito Reprodução Mauren Maggi – primeira brasileira a ganhar ouro individual – Crédito Reprodução
A primeira brasileira a participar dos Jogos Olímpicos na história foi Maria Lenk. Em 1932, a nadadora disputou as Olimpíadas de Los Angeles sendo a única mulher brasileira, e também sul-americana, a participar de uma delegação. Mesmo ficando fora do pódia, Maria Lenk eternizou seu nome na história não só das brasileiras, mas mulheres sul-americanas. Também foi a primeira atleta brasileira introduzida no Swimming Hall of Fame, na Flórida.
Mary Dalva Proença é outro nome brasileiro que disputou em 1956, nas Olimpíadas de Melbourne, os saltos ornamentais. Mesmo não ganhando, ficando em 16º colocada, foi o único nome feminino, dentro de uma delegação de 48 homens.
Apenas em 1996, nas Olimpíadas de Atlanta, que as mulheres brasileiras puderam gritar com orgulho serem campeãs olímpicas. E aconteceu com Jaqueline Silva e Sandra Pires, no vôlei de praia.
No mesmo ano, as brasileiras do basquete, com Hortência e “Magic Paula” ganharam a primeira medalha de prata, e no vôlei de quadra, a primeira medalha de bronze.
A primeira medalha de um esporte individual de uma brasileira foi com a judoca Ketleyn Quadros, nas Olimpíadas Pequim, em 2008. No mesmo ano, Mauren Maggi foi a primeira brasileira a ganhar uma medalha de ouro em um esporte individual, no salto em distância.
Dados curiosos
A Olimpíadas de Tóquio em 2021, será histórica para as mulheres. Segundo o COI, será a maior participação feminina na história dos jogos olímpicos, com cerca de 48% dos atletas.
Nos jogos de Londres, em 2012, foi a primeira vez que todas as modalidades de esporte tiveram representantes mulheres participando, de todos os países que participaram da edição.
Já na edição dos jogos do Rio de Janeiro, em 2016, as mulheres chegaram a ser 44,5% dos participantes, com mais de 5 mil mulheres atletas disputando todas as modalidades.