Montreal, o Paraíso Gay Canadense

16 de junho de 2019
Irineu Ramos

Construções modernas, espelhadas, harmonizam com edifícios históricos do século XVIII que oferecem uma paisagem única ao visitante. No Village, mais de um quilômetro de uma das principais vias da cidade (a Sainte-Catherine) é bloqueada ao trânsito e dedicado a bares e restaurantes da comunidade gay.

Com cerca de 3,6 milhões de habitantes, Montreal tem mais estabelecimentos GLS do que metrópoles como Nova Iorque e São Paulo. A mais populosa cidade da província do Quebec, abriga uma numerosa população gay distribuída por todos os bairros da cidade. Apesar de haver maior concentração no Village, por todos os cantos vê-se a bandeira gay. Bilíngüe, de ar europeu, a cidade esbanja charme, elegância e gente bonita.

A rua Sainte Catherine é o coração do universo gay de Montreal. Um mundo com todas as opções. No verão festivais de música acontecem em áreas públicas da cidade e também nos arredores.

Montreal abriga um bairro tão friendly que até a estação de metrô, a Beaudry, está decorada com as cores do arco-íris. E é ali, no Le Village, onde estão localizados os principais atrativos para o público LGBT. O bairro é um charme só. Mistura residências e estabelecimentos comerciais com ar francês.

Como toda região gay das grandes cidades, o Le Village formou-se numa área outrora decadente. Para entender melhor o motivo que a comunidade gay ter escolhido aquela região para morar comece a caminhar pelas ruas estreitas que cruzam a Sainte-Catherine, entre a Saint-Hubert e a Papineau. As residências restauradas são feitas com tijolos aparentes e possuem jardins muito bem cuidados. Observe com atenção as casas antigas com portões de ferro decorados no estilo neoclássico francês da rua Sainte-Rose.

Reserve um tempo para conhecer a arquitetura art-déco do mercado Saint-Jacques e doÉcomusée du fler monde, na rua Amherst, que conta a história dos operários canadenses. Quem gosta de freqüentar antiquários – especialmente aos que se dedicam a peças dos anos 1930 a 1960 – vai se deliciar com as dezenas que se encontram ao redor do Le Village. Na região fica, também, a sede da empresa estatal de TV. Por isso, não se surpreenda ao cruzar as ruas com funcionários de produtoras e empresas de telecomunicação dividindo espaço com casais gays.

O bairro oferece uma infinidade de bares, restaurantes e galerias de arte. Para os que gostam de curtir a noite a dica vai para o Cabaret Mado, o Agora, a Exotica e Stud. Praticamente todos ficam na rua Sante-Catherine. Divirta-se.

No verão a comunidade LGBT local realiza uma série eventos considerados referência para o mundo. Entre os quais: o Artfest, em julho; a Parada Gay Divers/Citê, em agosto; o Imagenation Film Festival, em setembro; e o Black & Blue Festival, em outubro, que reúne cerca de um milhão de pessoas.

O nome

Montreal tem o nome derivado da colina central, chamada Mont Royal, onde fica o parque de mesmo nome. Do alto tem-se uma bela vista da cidade e do rio São Lourenço. Como Montreal é dotada de um eficiente sistema de metrô e de uma verdadeira cidade subterrânea, formada por corredores que interligam os edifícios do centro, é possível ir de um canto a outro sem expor o nariz ao frio. Portanto, o inverno não é desculpa para não viajar para lá.

O bairro mais antigo e agradável para passeios é o Vieux Montreal. Próximo do velho porto, na Place Jacques Cartier e suas redondezas está o Museu de Belas Artes, a enorme basílica de Notre Dame, do século XIX, e o Museu de Arqueologia e História Pointe-a-Callière.

Mont Royal, que dá nome à cidade é o ponto mais alto e oferece uma vista panorâmica fantástica. Vale a pena conhecer os mercados de flores e frutas e também os museus.

Outras atrações obrigatórias são o Jardim Botânico e o Biodôme (instalado na Cidade Olímpica, local em que se realizaram os jogos de 1976), que reúne ecossistemas do continente americano, com flora e fauna típicas de cada um. Fantástico.

Famosa pela intensa vida noturna e por ser a mais europeia da América do Norte, Montreal é a segunda cidade em número de falantes do francês, perdendo apenas para Paris. Um terço de sua população é composta por imigrantes de todos os cantos do planeta, o que cria um ambiente de diversidade em qualquer que estiver. Uma curiosidade: a cidade possui o maior percentual de habitantes com diploma universitário da América do Norte.

Bares e restaurantes:

Kitchen Galerie

60. Jean Talon Street East

www.kitchengalerie.com

Royal Phoenix

5788, Saint Laurent Boulevard

www.royalphoenixbar.com

Le Vieux Vélo

59, Beaubien Street East

Kitchnette Restaurant

1353, René-Levesque Boulevard East

www.kitchnetterestaurant.ca

Museus:

The Montreal Museum of Fine Arts

1339, Sherbrooke Street West

www.mmfa.qc.ca

Montreal Museum of Archaelogy and History

350, Place Royale

www.pacmuseum.qc.ca

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