Dia do Poeta: 11 grandes poetas reconhecidos pelo mundo

22 de outubro de 2018
LPM

Outubro é um mês especial para os poetas e escritores. No dia 20 é comemorado o Dia do Poeta e no dia 31 o Dia Nacional da Poesia. Por isso listamos o nome de 11 grandes poetas de todos os tempos para celebrar essas datas. Confira:

T.S Eliot (1888-1965)

“Então vem, vamos juntos os dois,

A noite cai e já se estende pelo céu,

Parece um doente adormecido a éter sobre a mesa;

Vem comigo por certas ruas semidesertas

Que são o refúgio de vozes murmuradas

De noites em repouso em hotéis baratos de uma noite

E restaurantes com serradura e conchas de ostra:

Ruas que se prolongam como argumento enfadonho

De insidiosa intenção

Que te arrasta àquela questão inevitável…

Oh, não perguntes “Qual será?”

Vem lá comigo fazer a tal visita. […] ”
A Canção de Amor de J. Alfred Prufrock

Nasceu nos EUA, porém morou em Londres a maior parte de sua vida. Foi além de poeta, ensaísta e dramaturgo, recebeu o prêmio Nobel de Literatura em 1948.
Livros.

William Butler Yeats (1865-1939)

“Aquela moça enlouquecida,

Improvisando a sua música e poesia,

Dançando em meio à praia; a alma apartada de si mesma,

A subir e descer aonde a moça não sabia;

A esconder em meio à carga de um vapor

A rótula quebrada,

Eu proclamo essa moça algo de belo e alto, ou algo

Perdido heroicamente, achado heroicamente. […]”
Moça enlouquecida

O poeta e autor teatral irlandês traz em seus textos fortes referências místicas. Foi o vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 1923.
Livros.

Mahmoud Darwish (1941 – 2008)

“Se a oliveira se lembrasse de quem a plantou

O azeite seria lágrimas!

Sabedoria dos ancestrais,

Se lhe ofertássemos de nossa carne um escudo!

Mas a planície do vento

Não oferta aos escravos do vento cereais!

Arrancaremos com os cílios

Os espinhos e as mágoas… arrancaremos!

Para onde levaremos nossa desonra e nossa cruz!

E o universo prossegue… […]”

Poeta e escritor árabe, nasceu na Palestina e usou sua obra como ferramenta dedicada à luta pela emancipação do seu povo.
Livros.

Octavio Paz (1914-1998)

“Palavras? Sim. De ar

e perdidas no ar.

Deixa que eu me perca entre palavras,

deixa que eu seja o ar entre esses lábios,

um sopro erramundo sem contornos,

breve aroma que no ar se desvanece.

Também a luz em si mesma se perde.”

Destino do Poeta

Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1990, o mexicano Octavio Paz foi ensaísta e diplomata. Por muitos anos foi uma das personalidades mais influentes na cultura da América Latina.
Livros.

Eugenio Montale  (1896-1981)

“Não nos peças a palavra que acerte cada lado

de nosso ânimo informe, e com letras de fogo

o aclare e resplandeça como açaflor

perdido em meio de poeirento prado.

Ah o homem que lá se vai seguro,

dos outros e de si próprio amigo,

e sua sombra descura que a canícula

estampa num escalavrado muro!

Não nos peças a fórmula que possa abrir mundos,

e sim alguma sílaba torcida e seca como um ramo.

Hoje apenas podemos dizer-te

o que não somos, o que não queremos.

Não nos peça palavra”

O italiano foi poeta, prosador, jornalista e tradutor. Ganhou o Nobel de Literatura em 1975. Em sua obra faz uso de muitos elementos não poéticos de forma que sua poesia se aproxima da prosa.
Livros.

Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987)

“Eu te amo porque te amo.

Não precisas ser amante,

e nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

e com amor não se paga. […]”

As sem-razões do amor

Poeta, contista e cronista brasileiro. É considerado um dos maiores nomes da literatura moderna do país.
Livros.

Derek Walcott (1930-2017)

“O tempo virá

quando com grande alegria

Você saudar, a você mesmo que chega

A sua porta, ao seu espelho

E cada um sorrirá em boas vindas ao outro,

e dirá, senta aqui, come.

Continuará amando ao estranho que foi a você mesmo.

Oferece vinho. Oferece pão. Devolve teu amor

a você mesmo, ao estranho que te amou

toda sua vida, a quem não conheceu

para conhecer outro coração

que te conhece de memória.

Recolha as cartas do escritório

as fotografias, as desesperadas linhas.

Tire sua imagem do espelho.

Sente-se. Celebre sua vida”

O amor depois do amor.  

Poeta caribenho foi ganhador do Nobel em 1992. Nasceu em Santa Lúcia, ilhas antilhas, e em sua obra mistura a tradição cultural de sua origem com poesia clássica e moderna inglesa, criando uma fusão cultural.
Livros.

Lygia Fagundes Telles (1923)

“Solução melhor é não enlouquecer mais do que já enlouquecemos, não tanto por virtude, mas por cálculo. Controlar essa loucura razoável: se formos razoavelmente loucos não precisaremos desses sanatórios porque é sabido que os saudáveis não entendem muito de loucura. O jeito é se virar em casa mesmo, sem testemunhas estranhas. Sem despesas.”
Loucura

A brasileira é conhecida como “a primeira dama da literatura brasileira”. Sua obra possui características pós-modernistas e apresenta um universo marcadamente feminino.
Livros.

Hermann Hesse (1877-1962)

“Enquanto vives perseguindo a sorte,

não estás pronto para ser feliz,

ainda que seja teu o que mais queres.

Enquanto te lamentas do perdido,

e tens metas e não te dás descanso,

não podes saber o valor da paz.

Só quando a todo anelo renuncias,

sem objetivos nem desejos mais,

e já não dás à sorte qualquer nome,

já a maré dos eventos não te atinge

o coração, e se acalma tua alma.”
Sorte

Escritor e pintor alemão, como poeta não dispensou um certo sentimentalismo ao explorar temas como a infância e a solidão. Ganhou o Nobel de Literatura em 1946.
Livros.

Wislawa Szymborska (1923 – 2012)

“Quando eu pronuncio a palavra Futuro

a primeira sílaba já pertence ao passado.

Quando eu pronuncio a palavra Silêncio,

Eu o destruo.

Quando eu pronuncio a palavra Nada,

Eu faço algo que nenhum não-ser pode reter.”
As Três Palavras Mais Estranhas

Poetisa, crítica literária e tradutora, nasceu na Polônia e foi ganhadora do prêmio Nobel de Literatura em 1996.
Livros.

Gabriela Mistral  (1889-1957)

“Vou-me de ti com teus mesmos alentos:

como umidade de teu corpo evaporo.

Vou-me de ti com vigília e com sonho,

e em tua lembrança mais fiel já me apago.

E em tua memória me torno como esses

não descendentes de planícies ou de bosques.”

Poetisa, feminista, diplomata e educadora chilena, representou o primeiro nome latino-americano a ganhar o primeiro prêmio Nobel de Literatura em 1945.
Livros.

 

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