Precisamos falar sobre estereótipos e desinformação! Criados a partir de uma visão ocidental, que na maioria das vezes é preconceituosa, alguns estereótipos árabes são muito claros visíveis em nossa sociedade. Às vezes eles parecem ser inofensivos e até bobos para nós, ocidentais, mas toda a rotulação diminui e resume a cultura de um povo que possui milhares de anos de existência e uma história linda e forte.
A melhor forma de combatê-los é com a informação. Aprender sobre os árabes ajuda a diminuir o preconceito e ver qual é sua verdadeira realidade.
Nem todo árabe é muçulmano
Um estereótipo muito comum é chamar todo árabe de muçulmano. Árabe é um povo e muçulmanos são as pessoas que seguem o Islamismo. Embora a religião tenha começado na península arábica, berço dessa etnia, nem todos que pertencem a ela seguem essa religião. O contrário também ocorre, inclusive a maior parte dos muçulmanos está localizado na Indonésia, bem longe dos mundo árabe.
Piadinha sem graça
Outra rotulação comum e ainda mais pejorativa é relacionar árabes a terroristas. Ou pior, fazer disso piada. De fato, alguns dos mais conhecidos grupos extremistas são formados, em sua maioria, por árabes e têm sua origem em países da península arábica. Porém tachar todo um povo com base em uma minoria extremista é algo muito ofensivo, principalmente para os imigrantes, que muitas vezes são obrigados a deixarem seu país de origem por conta de conflitos causados por esses grupos.
Os que mais sofrem com o estereótipo do terrorista são os muçulmanos. Isso se deve pelo fato de que os principais grupos terroristas têm viés religioso. Mas a verdade é que eles fazem uma interpretação extremista do Alcorão, livro sagrado dos islâmicos. O Islã prega, acima de tudo, o amor ao próximo e a grande maioria dos seus seguidores seguem esse caminho, mas acabam sendo hostilizados por conta de uma visão preconceituosa.
Turco não é árabe
Uma outra forma de estereotipação, muito comum entre brasileiros, é o chamar árabes de turcos. Isso é equivalente à chamar asiáticos de japonês, um rótulo que diminui uma cultura e resume todos os povos em uma cultura só. Turcos e árabes são etnias diferentes, o que contribuiu para essa confusão é o fato que os primeiros imigrantes árabes, assim como os turcos, tinham passaporte do Império Turco-Otomano. Com isso, todos eles acabavam sendo taxados da mesma forma.
Mulheres Árabes
As mulheres árabes também são alvo dos estereótipos, isso pois é comum o pensamento que todas as mulheres daquela região são omissas e obrigadas a se cobrirem da cabeça aos pés com véu. A realidade é que isso é uma tradição da religião islâmica e não é imposto às mulheres, que têm a opção de usar ou não.
Embora ainda existam algumas leis mais severas em relação ao comportamento e vestimenta das mulheres muçulmanas, isso não abrange toda a sociedade árabe e atualmente as mulheres, sobretudo as muçulmanas, estão conquistando cada vez mais seus direitos, e se desprendendo do patriarcalismo que era imposto pelos governos árabes.
O árabe selvagem
Alguns estereótipos também estão presentes em Aladdin, o do “árabe selvagem” é um deles. A música inicial da animação teve que ser modificada nas versões de VHS e DVD, já que no original um dos versos dizia: “Vão cortar sua orelha se não gostarem da sua cara/ É bárbaro, mas é nosso lar.” O trecho sobre a mutilação da orelha foi retirado, porém a parte em que a arábia é chamada de bárbara permaneceu.
Além da canção, a austeridade árabe também aparece nas características de alguns personagens. Enquanto os “mocinhos”, como Aladdin e Jasmine, possuíam sotaque americano e feições mais ocidentais e amigáveis, os outros personagens apresentavam feições mais típicas árabes, sempre com cara de “mal” e possuíam um forte sotaque.
Sabemos que é comum que ficções usem estereótipos em suas produções, porém é importante que saibamos que embora essa nos seja a apresentação dada sobre o povo árabe, há um abismo de diferença entre as retratações severas que permeiam o imaginário ocidental e a realidade, afinal os árabes são extremamente acolhedores e amorosos.
Não perpetue preconceitos!
A falta de informação gera o pré julgamento e a criação de estereótipos. Aprender é o melhor caminho para acabar com o preconceito e melhor que isso é divulgar o conhecimento para gerar uma corrente do bem em prol do respeito e da diversidade. Todas as pessoas merecem respeito, seja qual for sua nacionalidade ou crença, para atingirmos isso é bem simples: trate os outros com o respeito que você quer que tenham por você.
Textos, livros, TED Talks, e até mesmo o envolvimento com a comunidade árabe nos ajudam a desfazer essa névoa de ignorância. Vamos mudar essa cenário juntos?