Comidinhas do Brasil: O doce sabor de Paraty

11 de novembro de 2021
Suzane Hammer

Quem já não ouviu falar da pequena Paraty? Essa simpática cidadezinha histórica no litoral do estado do Rio de Janeiro e quase divisa com São Paulo ,tem sua localização privilegiada na região litorânea chamada de Costa Verde. Joia de nosso país, Paraty é emoldurada por altas e verdes montanhas, acariciada pelo mar azul e presenteada com praias paradisíacas. Desde 2019, Paraty foi reconhecida como Patrimônio Cultura Natural da Humanidade pela Unesco e merece com muito orgulho, um lugar privilegiado no turismo nacional. 

Sua riquíssima história torna sua visita mais interessante ainda já que durante o ciclo do Ouro, Paraty ocupava o segundo porto mais importante da colônia por onde também escoavam grandes quantidades de ouro e pedras preciosos para Portugal. Também participou do Ciclo da cana de açúcar e que graças a enorme quantidade de engenhos produtores de cachaça (chegando a ter mais de 250 engenhos), a cidade até hoje, produz e comercializa com muito êxito, nossa tão famosa aguardente e reconhecida como produto de alta qualidade e exportada para o Mundo todo.

Mas é no centro histórico que podemos nos transportar para o passado e imaginar como era viver neste pequeno vilarejo de casarões coloniais bem preservados, de portas e janelas coloridas, de passos lentos e cuidadosos devido as pedras “pés-de-moleque” das ruas.

A arquitetura dos casarões e igrejas da era colonial, escondem enigmáticos símbolos maçônicos em suas paredes e graças a proibição do tráfego de veículos, completa-se a atmosfera do passado reavivado.

Fundada em 1667 ao redor da Igreja de Nossa Senhora dos remédios, padroeira da cidade, Paraty teve seu tombamento em 1958 pelo seu conjunto arquitetônico e também é considerado pela UNESCO como “o conjunto arquitetônico colonial mais harmonioso” Patrimônio Nacional tombado pelo IPHAN e é candidata a Patrimônio da Humanidade.

Muitos de seus casarões hoje, abrigam lojas, restaurantes, pousadas e ateliêrs. Quando anoitece, a cidade traz um charme todo especial com suaves luzes de abajures, lampiões e velas sobre as pequenas mesas de bares e restaurantes atraindo turistas do Mundo todo para compras, passeios, conversas e apreciar a rica gastronomia tipicamente caiçara que mistura a culinária indígena, portuguesa e africana.

Nas últimas décadas, uma deliciosa e irresistível tradição tem feito parte da cultura da cidade e também, sustendo de diversas famílias que guardam receitas que passam de pai para filhos. Os doceiros de Paraty são considerados Patrimônio Cultural Imaterial do Rio de Janeiro.     

São pessoas que com grande esforço, levam seus grandes carrinhos pelo calçamento irregular do centro histórico, vendendo quitutes como: cocadas, rapadura, quindins, gordos brigadeiros, diversos sabores de bolos como tapioca, chocolate, maracujá e o famoso “quebra queixo”. O quebra-queixo é um doce típico da culinária brasileira de côco  e açúcar bem duro dando a sensação de que o queixo irá se quebrar.

O carrinho de doce é marca registrada em Paraty. Cada um tem um registro e pintura padronizada que mostra a arquitetura colonial da cidade.

Os doceiros de Paraty já fazem parte do ambiente histórico da cidade e facilmente são encontrados pelas esquinas gerando empregos direta e indiretamente paras as famílias participantes como também um incentivo e atrativo ao turismo da cidade.

Na sua próxima visita a Paraty, não deixe de experimentar um ou mais doces dos doceiros de Paraty , deixando aquele gostinho doce de quero mais e quero voltar .  

TV Canção Nova

Assim é Paraty… Chão de pedras tortas… Cheia de histórias e estórias. Janelas que se abrem para admirar e receber o mundo… Aonde o barulho são os idiomas, os dialetos. Aonde a vida vira cantiga numa roda de viola, Ou no chorinho da bossa nova. Verde que não se cansa de receber seus colibris… Que não se cansa de ser o fundo nos retratos da vida, que convida, que ilustra, tema sofrido ou tema feliz. Cidade que emociona com suas esquinas… Barcos que navegam no mar, nas correntezas, nas ilhas desertas… De cada profeta, De cada artista, De cada poeta. Trilhas que pessoas sem destino encontram abrigo… Encontram no vento e nas árvores, seu acalento, até seu destino. Assim é Paraty, lugar lindo de se sentir. ( Camila Senna).

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