Quando chega final de outubro é comum ver em alguns locais abóboras cortadas com caretas como decoração de “Halloween”. Mas afinal, o que é essa data e o que se comemora?
Sabemos que o primeiro lugar que temos que ir para entender melhor é os Estados Unidos. Essa tradição de crianças fantasiadas, “doces ou travessuras” veio de lá e tem se popularizado pelo mundo. Mas para entender de onde vem mesmo, é preciso ir além e voltar um pouco no tempo.
A história da festa vem de um festival Celta, chamado Samhain (que significa “fim do verão”). Acreditava-se que no dia 31 de outubro os espíritos das família voltariam e celebrariam a abundância de alimentos da última colheita. Mas sabemos que nem todo mundo é bom, não é verdade? E assim acontecia com os espíritos que voltavam, nem todos eram espíritos bonzinhos. Por isso algumas pessoas se mascaravam e se disfarçavam para despistar espíritos malignos.
Entretanto, são teorias que não possuem tantas evidências de como de fato era realizado esse festival, além do que galeses, irlandeses e escoceses possuem linguagens e significados distintos para mesma data.
Mas uma coisa muito importante aconteceu no século 18. O papa vigente da época mudou a data do Dia de Todos os Santos, de maio para o dia 1 de novembro. De onde surgiu o termo “Halloween” no qual “Hallow” é um termo antigo para “santo”, e “eve” é o mesmo que “véspera”. Não se sabe se a mudança da data foi uma tentativa de “cristianizar” o festival celta e incorporar a cultura da época, fundindo cristianismo e paganismo.
A data, entretanto, tem influência na cultura de outros países…
“Dia de los muertos” é uma festa enorme e muito colorida que toma as ruas das cidades do México. É comemorado no dia 2 de novembro, data que se comemora o dia de finados, data também definida pela Igreja Católica. E embora essa seja a data, a influência cultural dos povos nativos do local é o que marca a origem da festa.
Antes da Espanha (e o cristianismo) chegar à América, os maias, astecas, totonacas entre outros povos nativos possuíam uma relação muito diferente com a morte. Os astecas, por exemplo, separavam várias datas distintas ao longo de seu calendário anual dedicada aos mortos.
Com a chegada dos espanhóis, e também da religião, os rituais foram proibidos e na tentativa de manter viva a cultura de seus antepassados, houve um sincretismo cultural onde crenças antigas subsistem ao lado de missas e orações cristãs.
Estados Unidos
Então a essa altura você deve estar se perguntando: “Mas por que então o Halloween faz parte da cultura estadunidense?” Em 1845 muitos irlandeses chegaram no EUA e claro, levaram consigo sua cultura e história. Pouco tempo depois começou a surgir no país do Tio Sam notícias sobre um “feriado inglês”. Com os anos a tradição foi tomando a forma que conhecemos hoje.
Halloween pelo mundo
Em muitos lugares a data é celebrada. Alguns adaptam conforme os costumes locais, outros tentam preservar os seus próprios.
Nos países árabes, por exemplo, a data em si não é comemorada. Porém há outra data em que os árabes cristãos celebram o “Eid il-Burbara”, ou Dia de Santa Bárbara, no dia 4 de dezembro. As tradições de se fantasiar e pedir doces é muito parecida com o “Halloween”, porém sua motivação se dá na explicação de que Santa Bárbara se disfarçava por ser perseguida pelos romanos.
Já no Brasil, no dia 31 é comemorado o Dia do Saci Pererê. Lenda do folclore brasileiro que surgiu entre as tribos indígenas. Menino negro, travesso e de uma perna só. Usa gorro vermelho e está sempre fumando um cachimbo. Embora para muitos brasileiros seja nada mais do que lenda, nas fazendas e no interior há muita gente que jura de pé junto que já foi alvo de alguma travessura do Saci, cujo principal divertimento é atrapalhar as pessoas.