Afroturismo ganha cada vez mais espaço entre as modalidades de turismo convencionais, ampliando ainda mais seu termo, também conhecido como turismo étnico. Essa vertente promove e valoriza a cultura afro-brasileira, envolvendo diversas experiências que “passeiam” por história, arte, gastronomia e tradições em diferentes roteiros que respeitam e exaltam com propriedade a cultura preta.
Esses roteiros buscam, além de estimular o desenvolvimento socioeconômico de comunidades e regiões periféricas ligadas à heranças africanas, com profissionais pretos na gestão e realização, proporcionar a inclusão no setor de viagens, reconectando a identidade através de experiências afrocentradas, evidenciando a história e participação no desenvolvimento da sociedade pela perspectiva negra.
O Brasil abriga a segunda maior população negra do mundo, a maior fora da África. A miscigenação da população brasileira é muito diversa e conta com colaboração de diferentes etnias. Estima-se que 56% da população brasileira recebeu heranças africanas, conhecer então suas culturas, histórias, tradições e vivências em território nacional… é conhecer os patrimônios materiais e imateriais da nossa própria história.
Há diversas cidades brasileiras que possuem agências e comunidades especializadas no afroturismo exaltando a ancestralidade africana e engana-se que é um “produto” voltado apenas para o público negro. São experiências e roteiros que exploram o ponto de vista da cultura afro-brasileira em locais importantes e históricos do nosso país, incluindo tours guiados, hospedagem, passeios para quilombos e tours com enfoque nas religiões de matriz africana.
Conheça também o Guia Negro, “uma plataforma de afroturismo, que realiza experiências turísticas em diversas cidades brasileiras, faz consultorias, produção independente de conteúdo sobre viagens, cultura negra, afroturismo, movimentos e black business”.
Lugares como Pernambuco, Salvador, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo contam com roteiros de afroturismo disponíveis para serem realizados. E mais recentemente, o estado do Mato Grosso do Sul lançou seu primeiro roteiro de afroturismo pelo Pantanal, símbolo da cultura sul-mato-grossense.
Afroturismo no Pantanal do Mato Grosso do Sul
O primeiro roteiro de afroturismo no município de Corumbá, capital do Pantanal do Mato Grosso do Sul foi lançado no mês de abril de 2024. O roteiro Kaô, Corumbá de Xangô é realizado pela Bela Oyá Pantanal, startup de inovação social pioneira como agência receptiva de afroturismo no estado.
A programação e atividades conectam os visitantes aos principais lugares e pessoas da cultura afro-brasileira pantaneira, acontecendo às margens do Rio Paraguai com duração de quatro horas e ocorre durante o banho de São João de Corumbá, maior festa junina do centro-oeste e reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil que remonta às origens da cidade e mistura a cultura católica e afro-brasileira.
A Bela Oyá Pantanal oferece três circuitos divididos em alguns roteiros que podem ser percorridos: Circuito Corumbá Negra, Circuito Corumbá por Oyá e Circuito Batuques no Pantanal de Corumbá.
Referências e Indicações:
Guia Negro e seu Podcast
Rotas Negras – O Projeto Rotas Negras tem o intuito do fortalecimento de circuitos afrocentrados no Brasil, a partir dos municípios que já fizeram adesão ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial – SINAPIR.
Experiências do Brasil Original – Com o objetivo de ampliar e diversificar a oferta turística brasileira o Ministério do Turismo, em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), desenvolveu o projeto Experiências do Brasil Original, criando experiências turísticas memoráveis ofertadas por povos indígenas e quilombolas em seus territórios.
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Esse conteúdo é uma parceria com a Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul