Você conhece a história dos cartões-postais? Que delícia era poder abrir a caixinha do correio e lá estava, um cartão postal de um amigo, parente ou da pessoa amada relatando em poucas palavras, a viagem que estava sendo realizada em alguma parte do Mundo.
Um selo carimbado indicava a data da postagem e a cidade escolhida pelo viajante que se lembrava da gente para dividir seu prazer de viajar que fosse a passeio ou a trabalho. Aliás, um selo carimbado também fazia a alegria dos colecionadores de selos.
Não faz tanto tempo assim, a única forma de comunicação mundial, era através dos correios.
Cartas, telegramas, postais, traziam notícias boas, más, apaixonadas e que ainda provocam um certo saudosismo e romantismo da tradição da comunicação escrita.
A era digital veio com tudo e transformou a nossa comunicação atual para algo revolucionário, rápido, algumas vezes eficiente e outras nem tanto.
Emails, Whatsapp, Zoom, Facebook, Instagram, Telegram, smartphones, chamadas de vídeos, reduziram o tempo de envio de imagens e mensagens instantaneamente além da comunicação visual ao vivo.
A história dos cartões-postais
Mas vamos voltar um pouco no tempo e contar a história dos cartões postais.
Na verdade, os cartões-postais surgiram como um método para economizar custos com o correio tradicional.
O cartão-postal ou bilhete-postal, foi criado para simplificar e economizar custos já que não há necessidade de envelopes e o texto pode ser bem breve e ao lado do texto o endereço do destinatário.
Fotos de cidades, monumentos, personalidades, desenhos, obras de arte e cenas cotidianas ,ilustram a parte frontal do cartão escolhido individualmente para cada destinatário em especial.
Existem registros que a origem do cartão-postal surgiu no século X criados pelos chineses e no ocidente teria surgido a partir do ano de 1450 no Alto Reno. Mas existem outras versões sobre a invenção dos cartões-postais.
A primeira pode ter sido o norte-americano H. L. Lipman em 1862 que juntamente com J. P. Charlton teriam patenteado o “Lipman’s Postal Card”.
A segunda versão seria do alemão Heinrich Von Stephan, diretor dos Correios da Confederação da Alemanha do Norte, que teria criado a ideia na Conferência Postal Germano-austríaca, em 1865.
E a terceira versão é mais conhecida, seria do professor de Economia Política no Império Austro- húngaro, Emmanuel Hermann, que teria proposto a adoção dos postais pelo baixo custo e simplificação, em outubro de 1869. O sucesso foi gigantesco e 1. 400. 000 correspondez karten foram vendidos.
No ano seguinte, surgiram os primeiros postais ilustrados pois despertaram grande interesse por fotógrafos e juntamente com o turismo, esse pequeno retângulo de papel se espalhou pelo Mundo e até hoje pode ser encontrado em todas as cidades, museus e monumentos do Mundo.
E assim, a famosa Torre Eiffel em Paris foi o primeiro cartão-postal com imagem produzido no ano de 1889.
No Brasil, a história dos cartões-postais começa quando, instituído pelo Decreto nr 7695 de 28 de abril de 1880 e impressos exclusivamente pelos correios, já vinham selados.
Quem já não ouviu a expressão “paisagem digna de cartão-postal”, pois foi em 1960 que diversas fotos foram registradas em cartões e inclusive, a Biblioteca Nacional guarda um belo acervo de postais enviados pelo escritor Lima Barreto com fotos do Rio de Janeiro e Aracaju
Mas a quarentena chegou em 2020 e mudou radicalmente o cenário das viagens no Mundo todo. Quantos planos foram cancelados ou adiados. Quantos turistas frustrados aguardam ansiosos pelo retorno seguro para viajar. Mas sempre tem alguém que apesar de tudo, consegue criar novos métodos e sim, é possível enviar e receber postais graças ao engenheiro de computação português Paulo Magalhães sem viajar.
Ele criou em 2005 a plataforma Postcrossing.com que permite enviar e receber cartões postais do mundo todo.
A plataforma é simples e melhor ainda, gratuita! Basicamente é uma troca de cartões. Você envia um e receberá outro, mas sem saber para onde seu cartão será enviado e será surpresa o cartão que você receberá. Bem legal não é?
Atualmente, a plataforma já reuniu mais de 800.000 pessoas cadastradas de 209 países. 65 % dos participantes são mulheres.
Alemães, russos e norte-americanos são as nacionalidades que mais enviam cartões e 9.000 brasileiros já enviaram meio milhão de postais para outros “post crossers” espalhados pelo Mundo.
Apesar de toda tecnologia, ainda existem sim, muitos turistas que gostam de guardar recordações simples e baratas de seus momentos de viagem. Escrevem em poucas palavras que a viagem está sendo maravilhosa e que tudo está bem.
Colecionadores de todo Mundo ainda guardam cartões-postais recebidos onde um selo (muitas vezes comemorativo) carimbado, registra o local e a data do envio.
E assim, décadas após décadas, a história dos cartões-postais resistem ao tempo e aos desejos de viajantes de expressar seus momentos em uma imagem e curtas frases para dizer: Estive em Paris, Londres, Rio de Janeiro ou em qualquer cidade do Mundo e lembrei de você.
Crédito: Deutsche Welle
