A dança sempre foi para muitos povos um meio de elevação. Em outras palavras, modos de ter contato com deuses e divindades, ou mesmo com sua própria alma. Uma maneira de adoração e/ou manifestação artística. E ainda que muitas culturas pelo mundo tenham perdido suas raízes e hábitos, ainda há quem resista e traga para nós verdadeiras joias, só que em forma de espetáculos. Sem dúvida os países árabes possuem um baú repleto dessas joias, e uma delas é a Dança dos Dervixes.
Quem são os Dervixes?
Há quem diga que para se entender o que não se conhece é preciso traçar um paralelo de comparação, embora não haja de fato uma comparação, com o que se conhece.
Os Dervixes são islâmicos, contudo, assim como dentro do Cristianismo há várias denominações, tradições e estilos de vida diferentes, mesmo que todos tenham a mesma base da fé, assim também acontece no Islamismo.
Aliás, entender isso é muito importante. Para ao conhecer, se dissipar preconceitos que insistem em rondar a cultura ocidental, de que são todos iguais.
No caso dos dervixes, ou dervixes rodopiantes, são uma corrente do Sufismo, que é uma filosofia mística do Islã. E a palavra dervixe quer dizer monge maometano ou muçulmano.
Os sufistas utilizam a poesia, música, dança, meditação e retiro espiritual para se conectar diretamente com Deus. E no caso dos dervixes, utilizam a dança como parte dessa conexão, em que rodopiam de braços (e coração) abertos a Deus .
A dança da alma
Em resumo, a dança dos Dervixes se baseia na ideia de que nossa própria existência é girante. Posto que, tudo está girando em torno de algo, do macro ao micro, e a humanidade existe em função e por causa desses giros, naturais e inconscientes. Entretanto, os seres humanos possuem a mente, inteligência e racionalidade que o diferencia de todos os outros seres. E ao girar, consciente e intencionalmente, os dervixes acreditam que podem então participar e compartilhar, em harmonia, desse giro universal.