A viola de cocho é um símbolo icônico da cultura tradicional de Mato Grosso do Sul, este instrumento de cordas tem raízes profundas na história e nas tradições locais, sendo um verdadeiro emblema da identidade regional.
A viola de cocho tem uma história rica e fascinante que remonta aos tempos coloniais. Acredita-se que o instrumento tenha sido inspirado por violas de origem portuguesa e espanhola, que foram adaptadas pelos habitantes locais ao longo dos séculos.
O termo “cocho” refere-se ao tipo de corpo do instrumento, que é feito a partir de um tronco de madeira escavado que fica “de molho” em água para facilitar na hora de esculpir, criando uma caixa de ressonância única. A madeira em formato de cocho, a mesma forma de vasilhas de madeira escavada utilizadas para As primeiras violas de cocho recebiam um encordoamento diferente das cordas atuais de náilon, sendo utilizado tripas de piranhas e outros animais, além de linhas de pesca para produzir e finalizar o instrumento. Esta técnica de fabricação é uma herança das práticas indígenas e dos colonos, refletindo a fusão cultural que caracteriza a região.
Viola de Cocho – Importância Cultural e Fabricação
No Mato Grosso do Sul, a viola de cocho não é apenas um instrumento musical, é um veículo de expressão cultural e tradição. Ela é frequentemente utilizada em festas, celebrações e encontros comunitários, desempenhando um papel central na música folclórica e nas danças típicas da região pantaneira. A viola de cocho é associada ao “canto de viola”, um estilo musical que narra histórias da vida rural, das lendas locais e das tradições dos pantanais.
Destaca-se como um instrumento fundamental nos gêneros musicais cururu e siriri, realizados em manifestações culturais ligadas à religiosidade e à brincadeira. O som característico da viola de cocho é inconfundível. O instrumento produz um timbre profundo e ressonante, que é ideal para acompanhar o canto e criar uma atmosfera envolvente nas festas e celebrações. Além disso, a construção artesanal da viola de cocho é uma verdadeira arte, passada de geração em geração.
A fabricação da viola de cocho é um processo meticuloso que exige habilidade e conhecimento de artesãos. Tradicionalmente, o corpo do instrumento é esculpido a partir de um tronco de madeira maciça, geralmente de espécies locais. O processo começa com a escolha e a preparação da madeira, que é cuidadosamente secada e tratada para garantir durabilidade e qualidade sonora.
Uma vez que o tronco é escavado para formar a caixa de ressonância, o luthier trabalha na confecção do braço e da cabeça da viola. As cordas são então instaladas e afinadas, e o instrumento é finalizado com detalhes ornamentais que podem incluir entalhes e pinturas e diferentes formatos. Este processo artesanal não apenas garante um som único, mas também preserva uma tradição cultural rica.
Há um movimento de diversas áreas para preservar e valorizar esse patrimônio cultural. Oficinas de luthieria, grupos folclóricos e instituições culturais estão se empenhando em manter viva a tradição da viola de cocho, garantindo que as novas gerações conheçam e apreciem esse importante símbolo cultural.
Eventos e festivais dedicados à música regional e à fabricação de instrumentos são oportunidades cruciais para a preservação e promoção da viola de cocho. Além disso, iniciativas educacionais estão ajudando a ensinar jovens sobre a importância desse instrumento e a técnica tradicional de sua fabricação.
No documentário “Mato Grosso do Sul – Expoente do Ecoturismo para o Mundo” é uma celebração à cultura pantaneira. O capítulo destaca o papel do artesão e mestre cururueiro Sebastião de Souza Brandão na preservação do “modo de fazer” e da sonoridade da viola de cocho, patrimônio imaterial brasileiro. Ele compartilha sua paixão pelo gênero musical e seu esforço em transmitir esse legado para as novas gerações durante a tradicional Festa do Banho de São João, em Corumbá:
A viola de cocho é muito mais do que um simples instrumento musical em Mato Grosso do Sul. Ela é um testemunho da história, da cultura e da identidade da região, um elo entre o passado e o presente. Representando a identidade de pessoas, animais, santos, mitos, lendas e histórias fundamentais para a manutenção da vibrante herança cultural brasileira.
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Esse conteúdo é uma parceria com a Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul