Pink Money move mercado paulistano durante semana LGBT

26 de junho de 2019
Irineu Ramos

O Pink Money imperou durante a semana do orgulho gay de São Paulo que teve seu ponto alto a parada de domingo, 23 de junho. Foram necessárias pouco mais de duas décadas de manifestações para que o comércio e a indústria descobrissem o potencial econômico do segmento.

Durante a semana LGBT lojas de roupas, utensílios domésticos, hotéis, restaurantes dos mais variados estilos e para todos os tipos de bolsos, supermercados, estações de metrô, clubes noturnos e, principalmente, camelôs de rua, investiram na fachada friendly em busca do dinheiro de uma clientela diferenciada e alegre.

Somente no setor hoteleiro o público gay deixou, por dia, RS$ 2,4 milhões na cidade, conforme dados de 2018 da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo – ABIH. Homossexuais movimentam estimados US$ 3 trilhões por ano ao redor do mundo. Gostam de viajar, adoram uma festa, não abrem mão de comer bem e de se vestir melhor ainda, e têm dinheiro para isso.

A região central da cidade e em torno da Avenida Paulista, palco da manifestação de domingo, registrou o maior número de estabelecimentos com fachada com as cores do arco-íris.

O potencial mercado consumidor atualmente chama tanta atenção que  foi destaque no início do ano, inclusive, no programa Pequenas Empresas, atração jornalística da TV Globo. Focada em empreendedorismo, exibiu o relato de empresários bem-sucedidos no mercado para gays, lésbicas, afins e simpatizantes. O ‘dinheiro rosa’ chega a movimentar 150 milhões de reais por ano no Brasil, afirmava o texto de divulgação da emissora.

Cresce a quantidade de marcas que promovem ações e produtos voltados a esse perfil de consumidor, com a intenção de serem vistas como inclusivas – e, de quebra, conquistar a fidelidade desse público com alto poder de consumo. A lista que não para de crescer inclui grandes anunciantes dos intervalos da TV, como Burger King, Coca-Cola, Skol, UBER e Doritos.

Os turistas LGBT representam 10% dos viajantes no mundo e movimentam 15% do faturamento do setor.

Como surgiu o Pink Money

O termo ‘dinheiro cor-de-rosa” surgiu nos Estados Unidos no final da década de 1970, quando vários grupos homossexuais estavam organizados juridicamente e não dispunham de patrocinadores para suas ações (publicação de jornais, revistas, realização de congressos etc). Unido, o movimento gay americano definiu um dia de protesto nacional. Nesse dia, toda nota de um dólar (one dollar) que passasse na mão  de um gay deveria ser riscada com uma caneta rosa (pink) no canto superior direito. Da noite para o dia, bilhões de notas amanheceram coloridas apontando a força do Pink Money.

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