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Nesta edição, conversamos com Paulo Machado, chef de cozinha, pesquisador e especialista em gastronomia pantaneira. Sua missão vai muito além da culinária: ele busca preservar e divulgar os sabores do Pantanal, promovendo uma gastronomia consciente e conectada com a cultura e a sustentabilidade.
Sabor do Pantanal e a gastronomia consciente
Paulo Machado é um cozinheiro apaixonado por cultura alimentar e um grande defensor da valorização da cozinha regional brasileira. Seu trabalho é dedicado a levar a gastronomia pantaneira para o mundo, compartilhando seus sabores e histórias em palestras e aulas.
Há 12 anos, ele criou o Brasil Food Safaris, uma iniciativa que promove expedições gastronômicas pelo Brasil, conectando pessoas à riqueza da culinária local. “A gastronomia é muito mais do que comida – ela conta histórias, preserva tradições e conecta pessoas ao seu entorno.”
Para Paulo, um líder comprometido não impacta apenas seu negócio, mas toda a comunidade ao seu redor. Ele vê na gastronomia uma ferramenta poderosa para fortalecer o turismo e a identidade cultural de uma região, como acontece no Mato Grosso do Sul.
“O turismo gastronômico atrai cada vez mais visitantes para nossa região, valorizando a culinária local e impulsionando a economia de forma sustentável. Quando fortalecemos nossa identidade cultural, promovemos também um modelo de crescimento que respeita o meio ambiente e gera inclusão.”
Paulo destaca Barcelona como uma referência em sustentabilidade urbana, com seu sistema eficiente de separação de resíduos e iniciativas de acolhimento para imigrantes. Para ele, a maneira como os catalães integram novas comunidades é um exemplo de inclusão que poderia ser replicado em outros países, como o Brasil.
Na gastronomia, ele se inspira no trabalho do chef José Andrés, que leva alimentação para áreas afetadas por guerras e desastres naturais. Segundo Paulo, iniciativas como essa mostram que a comida vai além da nutrição – ela pode ser uma ferramenta de impacto social e humanitário.
Paulo começou sua carreira no Direito, mas logo percebeu que sua verdadeira paixão estava na cozinha. Sua trajetória passou por diferentes áreas, incluindo cinema, até que encontrou na gastronomia seu verdadeiro propósito.
A virada aconteceu quando ele começou a trabalhar como garçom e, em seguida, entrou na cozinha – onde sentiu que realmente pertencia. Desde então, sua jornada tem sido guiada pelos conceitos do Slow Food, um movimento que defende uma alimentação consciente, baseada em produtos locais, sustentáveis e livres de ultraprocessados.
“Mais do que um estilo de alimentação, o Slow Food é um movimento social que nos faz refletir sobre o impacto das nossas escolhas alimentares. Comer bem não é só sobre sabor, é sobre saúde, sustentabilidade e respeito ao planeta.”
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