Os povos indígenas ao redor do mundo têm utilizado a tecnologia de forma inovadora e criativa para preservar suas culturas, territórios e línguas ancestrais. Por meio de iniciativas como o projeto “Povos Indígenas no Brasil“, da iniciativa do Google em 2009 com o povo indígena Suruí de monitoramento do desmatamento ilegal, ou mesmo de forma orgânica como um grupo de whatsapp, a tecnologia tem sido uma ferramenta poderosa para garantir a continuidade de suas tradições milenares.
No Brasil, o projeto “Povos Indígenas no Brasil”, desenvolvido pelo Instituto Socioambiental (ISA), tem sido fundamental na preservação da história dos povos originários no Brasil. O projeto tem o propósito de reunir verbetes com informações e análises de todos os povos indígenas do território nacional, além de textos, tabelas, gráficos, mapas, listas, fotografias e notícias sobre a realidade desses povos e seus territórios. Vale a pena a visita para aprender mais sobre os povos originários do nosso país, aliás, você sabe nomear 5 diferentes povos indígenas brasileiros?
Na Amazônia brasileira, o povo Suruí utilizou o Google Earth como uma ferramenta de mapeamento para preservar sua cultura e proteger o meio ambiente. O líder da tribo, cacique Almir Suruí, teve seu primeiro contato com o Google Earth em 2007, de imediato ele percebeu o potencial da ferramenta para a preservação da herança e das tradições da tribo. Ele convidou o Google para ensinar a comunidade a registrar as histórias dos anciãos da tribo. Assim, os suruís aprenderam a criar vídeos do YouTube, aplicar geo-tags ao conteúdo e fazer upload em um “mapa cultural” no Google Earth para compartilhar a história e o estilo de vida deles com pessoas de todo o mundo.
Em 2009 o Google visitou o povo Suruí e ensinou os membros da tribo a usar smartphones e outras ferramentas para informar casos de desmatamento ilegal. Eles puderam tirar fotos e gravar vídeos que registravam o desmatamento e sua localização no GPS e fazer o upload imediato nas ferramentas de mapeamento do Google.
Grupo de whatsapp
Uma comunidade indígena no Vale do Alto Itajaí, na região central de Santa Catarina, onde vivem mais de 2 mil pessoas que fala a língua xokleng, utiliza um grupo de Whatsapp para praticar a língua. Tudo começou por conta do distanciamento físico por conta da pandemia de Covid-19. Nesse grupo é apenas permitido usar o idioma xokleng e as pessoas com menos conhecimento da língua têm a oportunidade de praticar, especialmente em texto, com aqueles que têm maior domínio.
Cinema
Ariel Kuaray Ortega é um cineasta indígena brasileiro que venceu em 2023, com seu segundo longa-metragem, “A Transformação de Canuto”, os prêmios de Melhor Filme e Contribuição Artística da competição Envision do IDFA – International Documentary Film Festival. Esse evento realizado em Amsterdam (Holanda) é considerado o mais importante do gênero no mundo. O filme ainda não estreou aqui no Brasil, mas é aguardado para esse ano, veja o trailer.
É a cultura indígena e suas histórias sendo registrada e levada para outros cantos do mundo pelos próprios indígenas.
Povos indígenas e tecnologia – O uso nas redes sociais
Uma outra forma de tentar reviver a língua tupi no Brasil é o perfil nas redes sociais Tupinizando, no Instagram, Tiktok e Youtube. Mateus Oliveira, estudante de filosofia é quem produz vídeos ensinando as palavras de tupi antigo que usamos no dia-a-dia e nem nos damos conta. Como pipoca, jururu ou nome de estados como Paraná ou Tocantins. Mateus também ensina como se conjugar verbos e usar adjetivos na língua. Com mais de 180 mil seguidores no Instagram ele também oferece uma mini gramática da língua Tupi em uma plataforma de cursos.
Alguns indígenas também usam as redes sociais para informar e contar sobre seu dia-a-dia, vender produtos produzidos por eles e como plataforma de ativismo para a luta dos direitos dos povos indígenas, a seguir alguns perfis para você seguir e saber mais sobre a cultura dos povos que estão aqui bem antes de Cabral.
Sonia Guajajara – Ministra dos Povos Indígenas – https://www.instagram.com/guajajarasonia/
Joenia Wapichana – Presidenta da Funai – https://www.instagram.com/joeniawapichana/
Weena Tikuna – https://www.instagram.com/weena_tikuna/
Alice Pataxó https://www.instagram.com/alice_pataxo/
Txai Surui – https://www.instagram.com/txaisurui/
Raoni Potiguara https://www.instagram.com/guia.raonipotiguara/
Célia Xakriabá – 1ª Deputada Federal indígena eleita por MG – https://www.instagram.com/celia.xakriaba
Daiara Tukano – https://www.instagram.com/daiaratukano/
Bémok Kayapo – https://www.instagram.com/bemokkayapo_oficial/
Tukumã Pataxó – https://www.instagram.com/tukuma_pataxo/
Yacunã Tuxá – https://www.instagram.com/yacunatuxa
Vanessa Pataxó – https://www.instagram.com/nessa_pataxo/
Benício Pitaguary – https://www.instagram.com/beniciopitaguary
Ubiratan Suruí – https://www.instagram.com/ubiratansurui