O que é a força de uma mulher? Bom, começo já dizendo que não sei a resposta da questão e, na verdade, não vejo nenhum problema nisso. Realmente não acredito que temos que saber ou entender tudo e acredito que quanto mais desengessar de obter respostas, mais respostas teremos. Isso porque sem tentar buscar uma definição absoluta, passamos a analisar, interpretar, aceitar e RESPEITAR muitas outras possibilidades como verdades.
Cresci tendo a oportunidade de viajar muito com minha família pelo Brasil. Meus pais eram professores e suas longas férias nos deram a oportunidade de nos aventuramos bastante por este nosso lindo país. Foi em uma viagem para Maceió, quando eu tinha uns 12-13 anos… nem adianta eu perguntar para meus pais, pois eles também não irão lembrar o ano exatamente, que me peguei fazendo esta pergunta pela primeira vez: o que é entendido como a força de uma mulher? Como definimos uma mulher forte? De onde vem este conceito e titulação sobre força feminina?
Contando um pouco mais do meu histórico, sou filha e neta de mulheres “porretas”. Minha mãe, super trabalhadora, independente, “agilizada” ao máximo. Minhas duas avós, mulheres de garra. Tiveram sete filhos cada – imaginem o tanto de primos que tenho!! Mulheres que realmente fizeram seus papéis maternos… cada uma à sua maneira e em suas estruturas. Acredito que tive como referência exemplos de duas gerações diferentes, mas com mulheres que realmente eram belas ilustrações de força – feminina, ou melhor ainda, humana!
Na cabeça das pessoas, e na minha também na época, conceitos eram taxados e engessados. Mulher forte era mulher que aguentava muito e fazia tudo: referente à casa, família e trabalho. Em Maceió, lindo destino neste nosso imenso nordeste brasileiro, com praias de tirar o fôlego, natureza deslumbrante e hospitalidade que realmente te abraça, aprendi que nossa força não está relacionada com nossos medos e fraquezas. Nossa força deve ser definida por nossa essência.
Num barquinho super simples, no meio de um cenário de cartão postal, minha família se divertia com as histórias do pescador que liderava nosso passeio e com a expressão de terror de minha avó Irene, vestindo dois casacos salva-vidas e segurando no colo mais uns dois. Naquele momento, onde minha mais linda referência de força feminina estava em completo estado de fragilidade e vulnerabilidade, eu entendi que nossa força não está relacionada às nossas habilidades ou capacidades, mas sim a nossas conquistas (pequenas ou grandes) diárias.
Naquele dia, durante uma de minhas jornadas e aproveitando as experiências que outros lugares nos proporcionam, me “desprendi” de rótulos colocados pelas pessoas e sociedade e me fortaleci com o aprendizado de que somos muito mais do que os outros conseguem ver em nós. Naquele dia, eu só via ainda mais a “força” de minha avó! ELA ESTAVA NO BARCO!!! Olha que incrível!! O resto era apenas detalhe e dramatização que focamos sem necessidade.
Um conselho: da maneira que for… viaje sempre que puder!