Outubro é um mês especial para os poetas e escritores. No dia 20 é comemorado o Dia do Poeta e no dia 31 o Dia Nacional da Poesia. Por isso listamos o nome de 11 grandes poetas de todos os tempos para celebrar essas datas. Confira:
T.S Eliot (1888-1965)
“Então vem, vamos juntos os dois,
A noite cai e já se estende pelo céu,
Parece um doente adormecido a éter sobre a mesa;
Vem comigo por certas ruas semidesertas
Que são o refúgio de vozes murmuradas
De noites em repouso em hotéis baratos de uma noite
E restaurantes com serradura e conchas de ostra:
Ruas que se prolongam como argumento enfadonho
De insidiosa intenção
Que te arrasta àquela questão inevitável…
Oh, não perguntes “Qual será?”
Vem lá comigo fazer a tal visita. […] ”
A Canção de Amor de J. Alfred Prufrock
Nasceu nos EUA, porém morou em Londres a maior parte de sua vida. Foi além de poeta, ensaísta e dramaturgo, recebeu o prêmio Nobel de Literatura em 1948.
Livros.
William Butler Yeats (1865-1939)
“Aquela moça enlouquecida,
Improvisando a sua música e poesia,
Dançando em meio à praia; a alma apartada de si mesma,
A subir e descer aonde a moça não sabia;
A esconder em meio à carga de um vapor
A rótula quebrada,
Eu proclamo essa moça algo de belo e alto, ou algo
Perdido heroicamente, achado heroicamente. […]”
Moça enlouquecida
O poeta e autor teatral irlandês traz em seus textos fortes referências místicas. Foi o vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 1923.
Livros.
Mahmoud Darwish (1941 – 2008)
“Se a oliveira se lembrasse de quem a plantou
O azeite seria lágrimas!
Sabedoria dos ancestrais,
Se lhe ofertássemos de nossa carne um escudo!
Mas a planície do vento
Não oferta aos escravos do vento cereais!
Arrancaremos com os cílios
Os espinhos e as mágoas… arrancaremos!
Para onde levaremos nossa desonra e nossa cruz!
E o universo prossegue… […]”
Poeta e escritor árabe, nasceu na Palestina e usou sua obra como ferramenta dedicada à luta pela emancipação do seu povo.
Livros.
Octavio Paz (1914-1998)
“Palavras? Sim. De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro erramundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.
Também a luz em si mesma se perde.”
Destino do Poeta
Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1990, o mexicano Octavio Paz foi ensaísta e diplomata. Por muitos anos foi uma das personalidades mais influentes na cultura da América Latina.
Livros.
Eugenio Montale (1896-1981)
“Não nos peças a palavra que acerte cada lado
de nosso ânimo informe, e com letras de fogo
o aclare e resplandeça como açaflor
perdido em meio de poeirento prado.
Ah o homem que lá se vai seguro,
dos outros e de si próprio amigo,
e sua sombra descura que a canícula
estampa num escalavrado muro!
Não nos peças a fórmula que possa abrir mundos,
e sim alguma sílaba torcida e seca como um ramo.
Hoje apenas podemos dizer-te
o que não somos, o que não queremos.
Não nos peça palavra”
O italiano foi poeta, prosador, jornalista e tradutor. Ganhou o Nobel de Literatura em 1975. Em sua obra faz uso de muitos elementos não poéticos de forma que sua poesia se aproxima da prosa.
Livros.
Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987)
“Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga. […]”
As sem-razões do amor
Poeta, contista e cronista brasileiro. É considerado um dos maiores nomes da literatura moderna do país.
Livros.
Derek Walcott (1930-2017)
“O tempo virá
quando com grande alegria
Você saudar, a você mesmo que chega
A sua porta, ao seu espelho
E cada um sorrirá em boas vindas ao outro,
e dirá, senta aqui, come.
Continuará amando ao estranho que foi a você mesmo.
Oferece vinho. Oferece pão. Devolve teu amor
a você mesmo, ao estranho que te amou
toda sua vida, a quem não conheceu
para conhecer outro coração
que te conhece de memória.
Recolha as cartas do escritório
as fotografias, as desesperadas linhas.
Tire sua imagem do espelho.
Sente-se. Celebre sua vida”
O amor depois do amor.
Poeta caribenho foi ganhador do Nobel em 1992. Nasceu em Santa Lúcia, ilhas antilhas, e em sua obra mistura a tradição cultural de sua origem com poesia clássica e moderna inglesa, criando uma fusão cultural.
Livros.
Lygia Fagundes Telles (1923)
“Solução melhor é não enlouquecer mais do que já enlouquecemos, não tanto por virtude, mas por cálculo. Controlar essa loucura razoável: se formos razoavelmente loucos não precisaremos desses sanatórios porque é sabido que os saudáveis não entendem muito de loucura. O jeito é se virar em casa mesmo, sem testemunhas estranhas. Sem despesas.”
Loucura
A brasileira é conhecida como “a primeira dama da literatura brasileira”. Sua obra possui características pós-modernistas e apresenta um universo marcadamente feminino.
Livros.
Hermann Hesse (1877-1962)
“Enquanto vives perseguindo a sorte,
não estás pronto para ser feliz,
ainda que seja teu o que mais queres.
Enquanto te lamentas do perdido,
e tens metas e não te dás descanso,
não podes saber o valor da paz.
Só quando a todo anelo renuncias,
sem objetivos nem desejos mais,
e já não dás à sorte qualquer nome,
já a maré dos eventos não te atinge
o coração, e se acalma tua alma.”
Sorte
Escritor e pintor alemão, como poeta não dispensou um certo sentimentalismo ao explorar temas como a infância e a solidão. Ganhou o Nobel de Literatura em 1946.
Livros.
Wislawa Szymborska (1923 – 2012)
“Quando eu pronuncio a palavra Futuro
a primeira sílaba já pertence ao passado.
Quando eu pronuncio a palavra Silêncio,
Eu o destruo.
Quando eu pronuncio a palavra Nada,
Eu faço algo que nenhum não-ser pode reter.”
As Três Palavras Mais Estranhas
Poetisa, crítica literária e tradutora, nasceu na Polônia e foi ganhadora do prêmio Nobel de Literatura em 1996.
Livros.
Gabriela Mistral (1889-1957)
“Vou-me de ti com teus mesmos alentos:
como umidade de teu corpo evaporo.
Vou-me de ti com vigília e com sonho,
e em tua lembrança mais fiel já me apago.
E em tua memória me torno como esses
não descendentes de planícies ou de bosques.”
Poetisa, feminista, diplomata e educadora chilena, representou o primeiro nome latino-americano a ganhar o primeiro prêmio Nobel de Literatura em 1945.
Livros.