O Chocolate da Amazônia

15 de outubro de 2024
LPM

A produção sustentável de cacau amazônico vem ganhando destaque nos últimos anos por combinar inovação, qualidade e preservação ambiental. Originário da região amazônica, o cacau tem uma história de mais de 5.000 anos, sendo cultivado pelos povos nativos da floresta, como os maias e os astecas, que valorizavam tanto o fruto quanto suas sementes por seu valor nutritivo, cultural e econômico. Atualmente, essa tradição se mantém viva, e a produção sustentável de cacau na Amazônia tem se tornado um modelo exemplar de bioeconomia, ao gerar renda para comunidades locais sem prejudicar o meio ambiente. 

Para saber mais sobre a origem do cacau e sua história você pode ver video a seguir:

Chocolate da Amazônia – Desenvolvimento da Cadeia Produtiva 

O desenvolvimento da cadeia produtiva do cacau amazônico está alinhado com os princípios da bioeconomia, que busca o uso sustentável dos recursos naturais, respeitando o meio ambiente e as tradições locais. A produção de cacau na Amazônia é organizada principalmente em sistemas agroflorestais, nos quais o cacau é cultivado em harmonia com outras espécies nativas da floresta. Esse método preserva a biodiversidade, combate o desmatamento e melhora a saúde do solo. 

Empresas e cooperativas têm investido cada vez mais no cacau amazônico de alta qualidade, especialmente no cacau fino, que passa por processos de fermentação e secagem cuidadosamente controlados. O estado do Pará, por exemplo, tornou-se o maior produtor de cacau do Brasil, comercializando cerca de 140 mil toneladas do produto em 2020. Essa produção sustentável tem impulsionado a economia local e gerado empregos, além de agregar valor ao produto final, que é altamente valorizado no mercado nacional e internacional. 

Inovação e Qualidade do Produto 

O cacau amazônico é reconhecido por sua alta qualidade, e várias empresas e iniciativas têm surgido para aproveitar essa riqueza. Um exemplo inovador é o trabalho do chocolatier César de Mendes, da marca De Mendes, que lidera o movimento “tree to bar” (da árvore à barra), onde o chocolate é produzido diretamente a partir do cacau cultivado na floresta. Ele colabora com comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas, pagando um preço justo pelo cacau e ajudando a preservar a floresta e as tradições locais. A fermentação do cacau na Amazônia, por exemplo, envolve mais de 150 microorganismos diferentes, resultando em sabores únicos, como notas cítricas e amadeiradas. 

Outras empresas de destaque incluem a CacauWay, no Pará, que segue práticas sustentáveis e emprega comunidades locais em suas fazendas de cacau, e Filha do Combu, uma marca criada por Dona Nena, uma ribeirinha da Ilha do Combu, que produz chocolates artesanais junto com outras mulheres da sua família. Essas iniciativas são exemplos de sucesso que mostram como a produção de cacau pode ser ao mesmo tempo lucrativa e sustentável. 

Saiba mais da Dona Nena no video a seguir: 

Preservação da Floresta e Respeito às Tradições 

A produção sustentável de cacau na Amazônia também desempenha um papel crucial na preservação da floresta. Comunidades ribeirinhas e agricultores familiares que optam pelo cultivo de cacau em sistemas agroflorestais ajudam a combater o desmatamento, mantendo a floresta em pé e protegendo os ecossistemas locais. 

O sucesso da cadeia produtiva do cacau amazônico não só fortalece a economia regional, mas também contribui para a preservação ambiental, o que é fundamental para a sustentabilidade a longo prazo. Ao respeitar as tradições culturais, garantir uma remuneração justa para os produtores e utilizar práticas agrícolas que mantêm a biodiversidade, o cacau amazônico se consolida como um exemplo de inovação sustentável e de valorização dos recursos naturais do Brasil. 

A produção de cacau na Amazônia é um modelo de bioeconomia que equilibra o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental e social. Iniciativas inovadoras, como o “tree to bar” e cooperativas locais, têm mostrado que é possível gerar produtos de alta qualidade enquanto se preserva a floresta e as tradições das comunidades ribeirinhas e indígenas. O cacau amazônico, com sua rica diversidade de sabores e métodos sustentáveis de cultivo, está se tornando cada vez mais relevante no mercado global, contribuindo para a promoção de uma economia verde e justa. 

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