Gentileza gera gentileza. Essa frase é muito dita, mas quanto ela é realmente praticada? Já parou para pensar no significado que os pequenos atos do seu dia, como tomar um café na padaria, seriam muito mais valiosos para outra pessoa? A ideia é dar sem pensar em receber. Exercitar as boas maneiras pelo simples fato de ser o correto a se fazer, de querer o bem do próximo. Uma pequena boa ação, por mais simples que ela pareça, pode gerar uma corrente do bem contagiando todos aqueles ao seu redor.
Seguindo esse raciocínio de mudar o dia de alguém que na Itália surgiu uma ideia inovadora. Em alguns cafés do país, você pode comprar o seu e deixar um outro pago. Chamado de “café de apoio” ou café solidário, ele tem a finalidade de ser dado de graça para pessoas que não podem pagar por uma refeição tão simples.
Essa forma de gentileza se tornou quase viral pela Europa, se espalhando para outros países. Em Portugal, na cidade de Guimarães, a iniciativa é chamada de “café suspenso” e foi implementada, inicialmente, pela Igreja Católica. Segundo os padres que tiveram a iniciativa, a ideia é expandir o conceito de solidariedade para além de um simples café, talvez um refeição suspensa, remédio suspenso ou até roupas suspensas.
Como a famosa frase sugere, o ato foi se reproduzindo organicamente. Na Jordânia, o restaurante Ezwitti trouxe esse conceito com algumas inovações. O cafezinho ou a refeição vêm acompanhados de um pequeno convite, em que aquele que convida escreve uma breve mensagem para melhorar o dia da pessoa. Assim como em Portugal, o dono do restaurante pensa em expandir o conceito.
Como um vírus do bem, as boas ações contaminam àqueles que as praticam. Aqui no Brasil, já temos alguns lugares adotaram essa ideia. Em São Paulo, no bairro da Vila Madalena, o Ekoa café aderiu à essa prática. Na entrada do estabelecimento um marcador no quadro negro faz a contagem de quantos cafés cedidos o restaurantes possui. Assim como na Jordânia, a bebida vêm acompanhada de um bilhetinho inspirador e também é possível deixar lanches e outros pratos do cardápio pagos.
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Em Fortaleza,o restaurante da Maitri Denstone, aderiu ao almoço solidário, que funciona basicamente da mesma forma: o cliente paga o seu prato e deixa uma quantia a mais para alguém que precise. Embora a proposta tenha as melhores das intenções, nem todo mundo tem bom senso. A proprietária disse que no começo muitas pessoas pediam os pratos sem realmente necessitarem, o que a levou à impor alguns limites. Mas o foco não é proibir as pessoas de comerem, mas sim ensiná-las sobre a nobreza do ato de ajudar. Mudar a mentalidade de um povo que está acostumado com uma cultura individualista, que por muitas vezes, nos faz tomar atitudes egoístas, não pensando no próximo.
É incrível como um ato tão pequeno de caridade pode se espalhar de maneira tão rápida. São as pequenas atitudes que movem as pessoas, e a proposta deve ir muito além de pagar um cafezinho. Vamos mudar nossos hábitos para promover a solidariedade. Vamos refletir todos os dias sobre nossas atitudes, sobre como nós tratamos o outro, não apenas aqueles que são próximos da gente, mas todo mundo que nos cerca. Vamos gerar gentileza!