O fascinío por voar – Formas que o ser humano criou para percorrer os céus

2 de outubro de 2024
LPM

O fascínio por voar e pela possibilidade de voar é antigo. Desde os primórdios, o ser humano tem um desejo intrínseco de conquistar os céus. Ao longo da história, diversas invenções e inovações foram desenvolvidas, refletindo a determinação e protagonismo dos humanos em superar as limitações da gravidade e seu poder de inovação e criatividade.

As principais criações para tal, possibilitaram o voo humano e sua evolução como meio de transporte moldando o nosso mundo para o que conhecemos hoje.

Os primeiros registros sobre o desejo humano de voar datam da Antiguidade. Um dos mais conhecidos é a lenda de Ícaro e Dédalo na mitologia grega, que narra a tentativa de escapar do labirinto de Creta usando asas feitas de penas e cera. Além disso, na China, por volta do século IV a.C., há relatos de experimentos com planadores feitos de bambu.

O famoso renascentista Leonardo da Vinci esboçava diversos planos e estudos para criar máquinas voadoras, como o exemplo do “ornitóptero”, inspirado por movimentos das asas de morcegos e pássaros. Embora seus designs nunca tenham sido construídos, a visão de Da Vinci trouxe um significativo avanço para o entendimento das leis de voo e inspirou futuras gerações a conseguir tal feito.

Fascínio de voar – Posição Vertical: Balão

O Fascinío por voar - Formas que o ser humano criou para percorrer os céus
Recriação do voo do balão dos irmãos Montgolfier em Versalhes em 19 de Setembro de 1783 Gravura na Biblioteca de Artes Decorativas, Paris – National Geographic

A primeira forma de voo bem-sucedida ocorreu no ano de 1783, quando os irmãos Montgolfier, na França, criaram o primeiro balão de ar quente. Construído com um grande invólucro de seda, conseguiram realizar o voo este feito extraordinário levou os primeiros humanos aos céus, proporcionando uma nova perspectiva sobre o mundo. Entre 1782 e 1783, outro físico francês também testava algumas opções com balões e foi o primeiro a testar o uso do equipamento com gás hidrogênio. A partir desse momento, a ideia de voar começou a se concretizar.

Fascínio de voar em “queda livre”: Paraquedas

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André-Jacques Garnerin

O conceito de paraquedas remonta também a Leonardo da Vinci, que esboçou um design no século XV. No entanto, o primeiro paraquedas funcional foi projetado e testado pelo francês André-Jacques Garnerin, que realizou o primeiro salto com um paraquedas em 1797, após o engenheiro começar a ter contato com o balonismo. Sua esposa, Genevieve Labrosse foi a primeira mulher a saltar em 1798.

Fascínio de voar: Avião

Imagem do primeiro voo motorizado pelos irmão Wright – Crédito: Domínio Público

Outro marco na história do voo humano aconteceu em 17 de dezembro de 1903, quando os irmãos Wright, Wilbur e Orville, realizaram o primeiro voo controlado e motorizado em Kitty Hawk, Carolina do Norte (EUA).

Inspirados pelo trabalho do alemão Otto Lilienthal, que criava e testava alguns planadores (gliders) entre 1891 e 1896, mas acabou falecendo em um acidente durante um teste, os irmãos americanos se propuseram a continuar esses estudos de Otto e realizaram algumas modificações, incluindo a patenteada “wing warping”, sistema de roldandas para “torcer” as asas e fazer com que o veículo gire em seu próprio eixo para conseguir realizar curvas.

Após o feito dos irmãos Wright, o século XX foi um período de intensa inovação na aviação.

Como é o caso do brasileiro Santos Dumont, conhecido como pai da aviação brasileira. Em 23 de outubro de 1906 no Campo de Bagatelle, em Paris, pilotou sua invenção 14-Bis, uma estrutura com asas largas e um design inovador. O voo foi um marco importante na história da aviação, sendo considerado um dos primeiros voos de um avião mais pesado com um piloto a bordo.

Nessa mesmo epóca, o primeiro helicóptero da história fez seu voo inaugural em 1907, graças ao inventor francês Paul Cornu. Embora tenha conseguido levantar voo, não era totalmente controlável e permaneceu no ar por apenas alguns segundos.

Mas foi apenas em 1936 que Heinrich Focke realizou um voo totalmente controlado, sendo considerado o primeiro helicóptero prático. Essa inovação abriu caminho para o uso militar e civil da aeronave.

Outras formas de voar e para onde vamos

Em 1960, o engenheiro aeronáutico norte-americano Francis Rogallo patenteou um modelo chamado de “Asa Rogallo” (ou “asa flexível”) um precursor que se tornou a base para a asa delta moderna e parapente que conhecemos hoje em dia, permitindo voos suaves e manobras aéreas.

Além desses, temos o wingsuit, desenvolvido na década de 1990 por Patrick de Gayardon, um paraquedista francês. Ele é creditado com a criação do primeiro wingsuit que permitia voos horizontais prolongados e manobras aéreas.

Atualmente, a busca por novas formas de voar continua. Projetos de aeronaves elétricas, drones e até mesmo táxis aéreos estão em desenvolvimento, prometendo uma nova era de mobilidade aérea.

O desejo humano de voar é uma demonstração da nossa incessante busca por inovação e superação. Desde as primeiras tentativas com balões até as complexas aeronaves modernas, cada passo nessa jornada reflete a curiosidade e a determinação do ser humano. À medida que continuamos a explorar novas formas de voo, é fascinante pensar nas possibilidades futuras que nos aguardam nos céus.

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