Se no dia primeiro de janeiro de 2020 eu pudesse ler o resumo deste ano, confesso que não acreditaria. É muito provável, que assim como eu, você também se surpreendeu com a quantidade de reviravoltas dessa temporada.
Foram tantos tombos e aprendizados que nem posso contar… Tiago Iorc em sua música “Um dias após o outro” diz que quem 7 vezes cai levanta 8. É possível que ele entenda bem de tropeços. E aos trancos e barrancos cá estamos, em dezembro.
Para mim, 2020 foi o ano da mudança. Mudei de cidade, mudei de estado, mudei de casa. Mudei de trabalho, mudei relacionamentos, mudei meu cabelo, mudei minha mente. Mudei tanto que olho para trás e não me reconheço. Você sente isso também?
Vou ser vulnerável e contar um pouquinho do meu ano para vocês!
Janeiro começou: eu estava em uma festa linda com meus irmãos e aquele que jurei que era o grande amor da minha vida. Na contagem que iniciaria o novo ano nos beijamos e senti que o mundo poderia explodir de tanta alegria (pobre de mim, mal sabia que era uma pandemia que estava para explodir).
Cheguei em São Paulo para voltar a trabalhar e logo recebi a notícia de que iria para Jordânia fazer um material de vídeo em um roteiro religioso.Aliás, deixo o vídeo abaixo para quem ainda não viu possa assistir. Modéstia a parte eu amo reassistir a ele e mostro para todo mundo!
Voltando a história… Fui para a Jordânia em fevereiro com o melhor grupo, ficamos nos melhores hotéis e tive a melhor experiência. Inexplicável e indescritível foi essa grande e poderosa vivência. Sabe aquele sentimento de que nada pode dar errado? Começo de um novo ano, começo de uma nova década! 2020 podia mudar de nome, podia se chamar o ano da Yngrid, pois esse era meu ano!
Voltei para o Brasil e meu namorado disse que viria morar comigo. Comecei a buscar apartamentos e sonhar com uma vida a dois. Eu estava com o sentimento de estar completa, de possuir por fim tudo que um dia eu sonhei, em todas as áreas.
Pandemia
Corta para março de 2020. Eis que percebemos que o tal Covid-19 não estava restrito à China e de repente nossas vidas foram atropeladas pelas medidas de segurança – necessárias e urgentes. Então me vi trancada dentro de um apartamento no centro de SP com todos os planos pausados.
Não demorou muito para que eu começasse a ter crises de ansiedade. Não me senti ansiosa no sentido de “todo mundo sente ansiedade” ou “ansiedade é o mal do século”, passei a sentir aqueles sintomas que eu sempre lia a respeito e com alívio dizia para mim mesma: “ufa, nunca senti isso!”.
Meu coração acelerava e parecia que ia explodir, o medo de que algo muito ruim estava para acontecer. Às vezes sentia falta de ar e andava de um lado para o outro sem conseguir fazer absolutamente nada. Parecia que ia abrir um buraco no chão do tanto que eu andava em círculos. Não conseguia me concentrar em coisas simples e para finalizar comecei ter crises de choro, ao dormir e acordar.
Passei a buscar no álcool e outras drogas, como anti ansiolíticos, uma forma de me acalmar. Apoiei minha paz no relacionamento e coloquei toda a expectativa e peso nele, que não preciso nem dizer que sucumbiu.
Espero muito que ninguém se identifique com o que listei, mas infelizmente acredito que algumas pessoas vão.
Foi aí que meu pai e minha mãe (graças a Deus por pessoas que nos amam) foram para São Paulo me “resgatar. A princípio eu achei que sair de dentro de um apartamento seria suficiente, mas não foi! Eu precisava me resgatar de mim também.
E foi exatamente neste insight de perceber que estar em outro lugar físico não era o suficiente. Era preciso estar em outro lugar metafísico, espiritual e mental. Foi aí então que o processo todo começou.
Parece tudo ruim, mas o caminho é meio pedregoso mesmo… No próximo texto vou falar um pouco mais sobre os degraus que viriam a seguir. Mas guarde essa frase: não importa tanto como começou, importa como vamos terminar!